Rio -  O emprego doméstico já era reconhecido como profissão desde 1972, contudo, a legislação não tratava de questões como o FGTS, jornada de trabalho, seguro desemprego, entre outros. Ainda que de forma tardia, a profissão passa a ter condições iguais as demais atividades. A emenda constitucional muda a relação entre empregador e empregado, afeta o seu estilo de vida e seu orçamento. Avalie a mudança no seu bolso.
Por Alexandre Canalini
PERGUNTA E RESPOSTA
“Minha empregada doméstica trabalha na minha casa há anos. Com a nova lei, o que muda no custo dessa atividade?”
Tatiana, Tijuca

O Brasil é o país com o maior número de trabalhadores domésticos registrados. Nos últimos anos, a remuneração do trabalho doméstico teve boa elevação, devido ao sistema flexível de trabalho que regia a profissão. A PEC 66/12 surgiu para tratar temas que ficaram esquecidos desde a década de 70. Como qualquer outra profissão, os trabalhadores domésticos precisam ter os direitos assegurados e isso passará a valer com a promulgação da proposta.
O empregador está com um desafio pela frente. O patamar dos salários, acrescido dos novos encargos, aumentará de forma significativa o custo do empregado doméstico. Se o empregador não tiver espaço no orçamento, vai ficar difícil manter o trabalhador.
Avalie suas contas e estude uma forma de reduzir gastos para arcar com os novos custos do trabalhador doméstico. Considere a alternativa de modificar seus horários e fazer adaptações no seu estilo de vida para que não seja necessário pedir para o empregado fazer horas extras. A tecnologia e a simplificação do seu estilo de vida vão ajudar nesse processo.
O seu orçamento será impactado nesse primeiro momento com essas mudanças. Você deverá testar o novo custo e, ao mesmo tempo, tentar se adaptar ao novo parâmetro de trabalho das domésticas.
Viveremos nos próximos anos um período de mudanças e adaptações para todos. Será incômodo mudar o estilo de vida, contudo, é por uma boa causa. Não podemos imaginar a manutenção de uma atividade informal como era realizada desde a década de 70. A mudança demorou, mas chegou para ficar.
Alexandre Canalini é professor de Finanças da FGV. Amanhã, Sucesso nos Negócios