Rio -  Para esconder drogas e celulares em quentinhas entregues no complexo penitenciário de Campos, Norte Fluminense, a quadrilha de traficantes que abastece as celas de três presídios do município oferecia até R$ 1 mil para tentar arregimentar "colaboradores".
Na 134ª DP (Campos), dois funcionários da Nutryenerge Refeições Industriais Ltda. afirmaram em depoimento que foram abordados na saída da Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro, prédio anexo à Penitenciária Carlos Tinoco da Fonseca, por criminosos que teriam oferecido a recompensa.
Contudo, eles negaram qualquer tipo de participação no esquema. A polícia investiga a existência de tráfico de drogas nos pavilhões, entre outros crimes.
De acordo com os entregadores, na abordagem, que durou mais de 30 minutos, um traficante ofereceu a quantia para que quentinhas com celulares e drogas fossem misturadas às refeições. No dia 8 de março, embalagens com um celular, 272g de cocaína e 242g de maconha foram apreendidas na Casa de Custódia, dando início à investigação.
“Já sabemos que não tem como a droga chegar ao detento sem a participação de pelo menos uma pessoa. Por isso estamos investigando agentes penitenciários, presos e funcionários da empresa. Queremos saber em que ponto houve o erro e se há conivência”, informou o delegado José Paulo Pires. A pena por tráfico de drogas varia de 5 a 15 anos de prisão.
Até agora, a polícia descobriu que o alimento não sofre qualquer tipo de revista tanto na saída da empresa como na entrada dos presídios.