quinta-feira, 23 de maio de 2013

Aristóteles Drummond: Judeus no Rio


Aristóteles Drummond: Judeus no Rio

Judeus vêm colaborando de maneira muito positiva para o desenvolvimento do estado e da capital

O DIA
Rio - O Rio carrega ao longo da história uma tradição cristã, com algumas das mais belas e antigas igrejas do Brasil, assim como a presença evangélica, com seus diferentes templos. Também é forte o registro de adeptos do kardecismo e da umbanda, sendo que parte da população acumula as duas últimas com as duas primeiras.
Historicamente mais discretos, os judeus vêm colaborando de maneira muito positiva para o desenvolvimento do estado e da capital, sendo que a Sinagoga de Nilópolis é das mais antigas do Brasil. Nosso comércio, grande empregador, tem nos israelitas atuação forte. Os setores de vestuário, mobiliário, ótica e joias são exemplos. E no maior centro comercial a céu aberto da cidade, a Saara, judeus e sírio-libaneses convivem há décadas na maior harmonia. Na lingerie, dominam a Duloren e a DeMillus. Na construção civil são destaque desde os anos 40. Klabin, por décadas, foi sinônimo de azulejos.
Na cultura, Arnaldo Niskier, Paulina Katz, Jean Boghici, Abraão Koogan, Jacques Morelenbaum, Jacques Klein. E poucos amaram e divulgaram tanto o Rio como Adolfo Bloch, através da revista e da TV Manchete, cuja bela sede, na Rua do Russel, acaba de dar ao Rio um conjunto comercial de primeiro mundo.
No entanto, talvez, seja na medicina que a contribuição seja mais expressiva, com nomes notáveis e que agora revela, na cardiologia, um fenômeno como Gili Peck. Na política, desde sempre, contribuiu com excepcionais parlamentares, como os Steinbruch — Aarão, Julia e Milton — Francisco Silbert Sobrinho,Ruben Medina, Maurício Pinkusfeld, Ronaldo Gomlevsky (autor do favela-bairro) e Milton Nahum. Hoje, no décimo mandato, esta laboriosa comunidade está presente com Gerson Bergher, na Assembleia, e sua mulher, Teresa, portuguesa de Vizeu, na Câmara Municipal.
Na capital, são mais de 20 os templos e, desde os anos 50, por iniciativa do saudoso e exemplar deputado Levy Neves, conta-se com um cemitério, vizinho ao do Caju. E vale lembrar a história de que nosso povo foi formado, majoritariamente, de ‘cristãos-novos’ vindos de Portugal e que assumiram nomes de árvores e frutas — Carvalho, Pereira, Lima e Macieira, por exemplo.

Jornalista

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