Rio -  O Rio abriga, fora dos holofotes, mas com amplo círculo de relações e serviços prestados, personalidades dignificantes e que merecem ser mostradas ao grande público. É o caso do professor Sérgio Pereira da Silva, pró-reitor da Candido Mendes e fundador do campus de Ipanema, onde teve como alunos nomes que vieram a se notabilizar na vida pública, como Julio Lopes, Aécio Neves, Pedro Corrêa, Otávio Leite, Daniel Homem de Carvalho, Esmerino ArrudaFilho, Alice Tamborindeguy, Índio da Costa e Paulo Abi-Ackel.
O melhor é que este ativista do bem não se limitou a se destacar como educador. Foi mais longe, ao presidir a entidade fundada por Darcy Ribeiro, seu fraterno amigo, para a construção de centenas de Cieps pelo estado. Ainda no setor público, além de presidir o Conselho Estadual de Educação, foi auxiliar direto da deputada Benedita da Silva quando secretária e governadora.
Na Arquidiocese do Rio, Sérgio Pereira foi um dos mais chegados a D. Eugenio Sales, criando a Associação Cultural e comandando o mais antigo programa da Rádio Catedral, o ‘Vox Populi’. Foi quem montou o grupo que acompanhou D. Eugenio a Roma, no ano 2000, para a visita da comunidade católica do Rio a João Paulo II, em Castel Gandolfo.
Hoje, não se discute a importância do professor na orientação do aluno. Um exemplo de vocação para servir como o de Sérgio estimulou muitos ao ingresso na vida pública, como recentemente, em encontro de ex-alunos, afirmou o secretário Julio Lopes. Nestes tempos de tecnologia cada vez mais avançada, não se pode perder de vista o valor do educador, do orientador, da referência para a juventude, complementando os ensinamentos de casa, muitas das quais em conflitos ou divididas.
Valorizar o mestre, despolitizar as faculdades, chamar a atenção do estudante para o valor do convívio, da cordialidade e da solidariedade social. Amando os pobres sem odiar os ricos, ou não querendo obsessivamente se tornar ricos, como muitos pseudoidealistas fazem quando galgam posições.
Enquanto tivermos essas vocações, e as temos, podemos aspirar a uma sociedade mais voltada para valores tão importantes, quanto os do conhecimento.
Aristóteles Drummond é jornalista