Rio -  Em sua primeira entrevista, após ter o nome confirmado como o novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, 55 anos, afirmou que o grande desafio será fazer as grandes nações combaterem o protecionismo e agir para salvar e relançar as negociações sobre a liberalização do comércio já que a entidade vive um momento de completa paralisia. Azevêdo é o primeiro brasileiro e latino-americano a comandar o órgão. Ele assume o cargo em 31 de agosto.
Diplomata quer finalizar a Rodada de Doha e combater protecionismo | Foto: EFE
Diplomata quer finalizar a Rodada de Doha e combater protecionismo | Foto: EFE
O embaixador destacou como o mais urgente “não obter o que queremos da OMC e sim salvar o que temos”. Ele reforçou que as negociações comerciais no mundo estão completamente paralisadas desde 2008, ao fracassarem as tentativas de encontrar uma maneira de fazer convergir os interesses dos diferentes grupos de países nas áreas-chave do processo: liberalização do setor agrícola, industrial e de serviços.
“A única maneira de olhar adiante será nos sentando ao redor de uma mesa, juntos, com o objetivo de buscar soluções e nos movimentar para frente”, explicou, em referência à necessidade de destravar a Rodada de Doha, interrompida desde 2008, que é o fórum oficial de negociações multilaterais que têm a preferência dos países menos desenvolvidos.
O primeiro desafio acontecerá em dezembro deste ano, quando os representantes dos 159 países integrantes da OMC vão se encontrar em Bali, para tentar recuperar e fazer andar a Rodada de Doha.
OMC regula os acordos
Em nome da União Europeia (que reúne 27 países), a Comissão Europeia, órgão econômico do bloco, parabenizou a escolha do embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo para dirigir a Organização Mundial do Comércio.
A OMC foi criada em 1995, substituindo o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (sigla em inglês Gatt), para coordenar e regular os inúmeros acordos de comércio multilaterais (entre países) em andamento desde o fim da 2ª Guerra Mundial. A organização tem o poder desolucionar controvérsias e conflitos comerciais, incluindo a aplicação de punições tarifárias.
Com a participação de 159 países-membros, a OMC atua como um tribunal internacional de comércio, podendo até impor sanções comerciais entre os países.