quarta-feira, 22 de maio de 2013

Cientistas querem legalizar drogas


Cientistas querem legalizar drogas

Carta pela descriminalização pede distinção entre usuário e traficante

O DIA
Rio - As discussões sobre a descriminalização do uso de drogas no país ganharam reforço de peso. Grupo de cientistas brasileiros defende mudança na legislação sobre uso de drogas e política mais humana com relação aos usuários. Documento, lançado ontem na sede da ONG Via Rio, será entregue para análise do Congresso.
Um dos signatários da carta, o diretor do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, Roberto Lent, afirma que a legislação atual não faz distinção entre usuário e traficante, o que gera arbitrariedades. “No fogo da batalha, às 3h da manhã, o indivíduo que porta drogas, se for de cor negra, é traficante e se for de cor branca, talvez não. O preconceito social também. Se o indivíduo for de classe C ou D vai ser considerado traficante e se for de classe A, talvez não seja”, lamentou.
Ele destacou que 90% dos jovens abordados com porte de drogas pela polícia são réus primários e não têm porte de arma. “A dependência química é uma doença. A pessoa que é usuária deve ser considerada um doente, não um criminoso”, completou. Professor do Instituto de Biofísica da UFRJ, Ricardo Reis ressaltou que a ciência tem mostrado que a questão das drogas é um problema de saúde e não de polícia.
Para o diretor-executivo da ONG Viva Rio, Rubem César, o Brasil precisa superar a tendência proibicionista. “A proibição só beneficia o bandido”, disse. Dentre os signatários da carta estão os ex-ministros da Saúde José Temporão e da Ciência e Tecnologia Sérgio Resende, além da presidenta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader. O manifesto está aberto a assinaturas no www.precisamudar.com.br.

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