Rio -  Embriões congelados que não forem aproveitados na técnica de fertilização in vitro poderão ser jogados fora. Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), divulgada ontem, autoriza o descarte do material que estiver sem uso por mais de cinco anos.
Antes da nova regra, os embriões não utilizados podiam ser encaminhados à pesquisa científica ou à doação para outros casais inférteis ou, ainda, ficar guardados por tempo indeterminado. Estas opções continuam em vigor. O casal deve indicar, por escrito, que destino quer para o material. “Convocaremos os casais que abandonaram os embriões e os conscientizaremos das possibilidades”, declarou o médico Adelino Amaral, do CFM.
LIMITE DE 50 ANOS PARA MULHER
O órgão também limitou em 50 anos a idade máxima da mulher que se submete à técnica de reprodução assistida, com o objetivo de reduzir riscos à saude. O número de embriões implantado em seu útero não pode ultrapassar quatro. A quantidade cai para dois para as pacientes com até 35 anos.
A resolução também autoriza o uso das técnicas para casais gays e amplia o parentesco até o quarto grau nos casos de útero de substituição. “Há mulheres que não têm útero. Antes só era permitido usar o órgão de mãe ou irmã”, explica Isaac Yadid, diretor da Primordia Medicina Reprodutiva.
O texto regulamenta a doação compartilhada. Isso ocorre quando uma mulher em tratamento doa parte dos óvulos para outra mais velha que não os produz. Em troca ela recebe espermatozoides e custeio de parte da fertilização.