Rio -  Quem vê cara não vê coração, já diz o ditado. Treze mulheres, de idades, profissões e estilos bem diferentes, que poderiam ser encontradas em qualquer lugar, vão mostrar as garras a partir de hoje, às 23h, em ‘As Canalhas’, nova série do GNT. O local onde elas revelam suas canalhices? O salão Madeleine.
Programa mostra que as mulheres não são 'sexo frágil' | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Programa mostra que mulheres não são 'sexo frágil' | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Inspirada no livro ‘Canalha, Substantivo Feminino’, de Martha Mendonça, e dirigida por Anna Muylaert, a atração mostra que até mesmo uma santidade em pessoa tem seu lado oculto. No caso, a freira Angélica, interpretada por Carla Marins. “Engraçado que todo mundo imagina que ela é uma devassa, mas a canalhice dela não tem nada a ver com a sexualidade, é pela falta de ética mesmo”, explica a atriz.
O DIA acompanhou uma gravação em um colégio desativado de São Conrado e testemunhou a sede de vingança que se esconde embaixo daquele hábito. A vítima é o aluno Thiago (Eduardo Mello). “Ele é indisciplinado, arrogante, uma peste, então Angélica resolve tirá-lo do caminho dela e usa todas as armas para isso”, explica.
Coincidentemente, Carla estudou em colégio de freira. “O último foi o Nossa Senhora das Mercês, em Niterói. Foi um resgate das minhas referências. Não que eu tenha tido contato com freira canalha — pelo contrário, tive ótimas professoras. Chegou a passar pela minha cabeça virar freira. Mas foi só um momento”, conta a atriz.
Mulheres no controle
Mônica Martelli puxa o ‘bonde das canalhas’. No primeiro episódio, Amélia, sua personagem, transa com o namorado da filha. “Eu tenho uma filha (Júlia) e sou filha. Minha mãe é mais velha do que eu só 22 anos e nunca passamos por essa competição de beleza, juventude. Filho é tudo na vida da gente. Não faria nada que magoasse a minha. Não teria como viver com essa culpa”, avalia Mônica, que não gosta de homem mais novo. “Não sinto a menor atração. Acho esquisito. Meu desejo passa pela admiração, tem a ver com a troca de experiências. Pode aparecer um deus grego de 1,80m na minha frente que eu não vou me interessar”, garante.
A homossexual Roberta (Luiza Mariani) | Foto: Divulgação
A homossexual Roberta (Luiza Mariani) | Foto: Divulgação
Mas admite: “Admiro as canalhas. Elas são racionais. Eu sou passional, transparente, bobinha, sofro por amor”. A atriz também assume que já teve sua fase transgressora. “Todas relacionadas ao amor. Me envolvi com homens que não tinham nada a ver comigo. Aos 18 anos, namorei o dono de uma boate 14 anos mais velho. Encontrava com ele escondido, mas foi só isso. Nada grave”.
Outra canalha que vai dar o que falar é Roberta, de Luiza Mariani. Diretora de marketing, homossexual e moderna, não suporta piadas de ‘sapatão’ e vai protagonizar o tão polêmico beijo gay na série. “Acho que as pessoas podem escolher ou não assistir a um programa que aborde essa temática. Mas, nos dias de hoje, com tantos países tendo aprovado o casamento gay e esse sendo um assunto amplamente discutido, imagino que a tendência seja que ele deixe de ser um tabu e passe a ser tratado com naturalidade”, acredita.
Na cena, prevista para ir ao ar dia 15 de julho, Roberta viaja com o patrão homofóbico. Para se vingar, pega a mulher dele, Helena (Karine Telles). “Ela faz com que a mulher do chefe fique completamente apaixonada. Quando ela está entregue, minha personagem pula fora”, adianta.
Sobre a luta dos deputados Marco Feliciano e Jair Bolsonaro contra os direitos homossexuais, Luiza defende: “Acho retrógradas e preconceituosas as opiniões de Feliciano e Bolsonaro. Cada um deve viver a vida como lhe convier e respeito é fundamental. Que maravilha as pessoas poderem assumir sua sexualidade”.