segunda-feira, 20 de maio de 2013

Lapa vira principal alvo do programa contra lixo


Lapa vira principal alvo do programa contra lixo

Durante debate promovido pelo DIA, autoridades, comerciantes e moradores do point noturno da cidade se queixam da sujeira

CONSTANÇA REZENDE
Rio - A partir de julho, a Prefeitura do Rio vai aplicar multa de até R$ 3 mil para quem jogar lixo no chão. E justamente por ser um dos locais mais sujos, o maior point noturno da cidade, a Lapa, vai ser o primeiro alvo do programa, junto com o Centro. O incômodo com o lixo foi o tema que mais rendeu reclamações no debate promovido pelo DIA para discutir os rumos do bairro com moradores, autoridades e empresários. Todos aprovaram a iniciativa de punir a quem suja.
Esgoto vazando aos pés dos Arcos: sujeira é o que mais incomoda na Lapa
Foto:  Maíra Coelho / Agência O Dia
Para a diretora da Associação de Moradores do Centro, Maria Helena Oliveira, além de receber multa, a população precisa ser educada. O argumento não encontrou apoio do diretor de operações da Comlurb, Edson Rufino: “As pessoas só serão educadas pela multa. A população ainda não está habituada a ajudar”, justificou.
O síndico do condomínio Cores da Lapa, Nino Cirillo, reclamou ainda da falta de coleta seletiva. “Tivemos que contratar empresa particular para recolher, uma vez por mês, materiais recicláveis, como vidro e papel, porque a Comlurb não nos ajuda”, reivindicou.
MENDICÂNCIA
Outro tema que sintonizou as reclamações foi o número de moradores de rua na área. A fundadora da organização Eles Não Amam a Lapa, Louise Tommasi, disse que a Praça João Pessoa, na Rua Gomes Freire, virou hotel. “Sem tratamento personalizado da assistência social para cada morador de rua, não tem solução”, sugeriu.
O subprefeito do Centro, Luiz Claudio Vasques, alegou que já diagnostica as características de cada morador para colocá-los em abrigos específicos. “Queremos dar tratamento adequado para as pessoas nas ruas, mas às vezes temos dificuldades porque eles são peregrinos”, disse.
A segurança também foi tema levantado pelo fundador da Associação de Moradores da Lapa, Jurandir Albuquerque. “Os guardas municipais e os seguranças das boates vão embora por volta das 2h, nos deixando desprotegidos”, relatou.
Louise acrescentou que os agentes da prefeitura são inertes no bairro. “Os guardas municipais não saem de seus ‘aquários’ para ouvir as reclamações das pessoas. São verdadeiros soldadinhos de chumbo”, reclamou. “Gastamos muito do nosso bolso com vigilantes e câmera para suprir a insegurança”, reforçou Cirillo.
Coleta seletiva e luz mais potente
O diretor de Operações da Comlurb, Edson Rufino, disse que este mês reativará a coleta seletiva na Lapa. O subprefeito do Centro, Luiz Claudio Vasques, prometeu ainda que vai acionar a Cedae para fazer, com a Vigilância Sanitária, vistoria nas caixas de gordura dos estabelecimentos, devido ao óleo que entope bueiros e provoca enchentes.
A subprefeitura ainda anunciou que implantará nas ruas a luz policromática, que aumenta a nitidez. Além disso, incrementará a limpeza das galerias pluviais e a recomposição de calçadas e vias, como vem sendo feito na Praça da Cruz Vermelha.
Fiscalização intensiva
Para fazer valer o programa Lixo Zero, que vai multar o cidadão que sujar as ruas da cidade com valores de R$ 157 a R$ 3 mil, grupos compostos por dois guardas municipais e um policial militar fiscalizarão o bairro no período das 23h às 7h, quando os ambulantes ‘desarmam’ seu lixo, segundo Edson Rufino.
“Toda não-conformidade com a lei da limpeza urbana será punida, até o estabelecimento que não limpar a sua frente. Quem não se identificar será conduzido pelos policiais até a delegacia”, disse Rufino, acrescentando que, depois do Centro, o programa será levado para Copacabana, Ipanema, Leblon, Tijuca e Madureira.

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