Rio -  Quem nunca indicou um remédio que sobrou na caixa? Ou guardou comprimidos caso os sintomas reaparecessem? A ingestão de medicamentos sem orientação é muito arriscada e, mesmo que o hábito da automedicação pareça inocente, pode ser fatal. Para chamar a atenção dos brasileiros sobre os riscos desta prática, o 5 de maio é dedicado à conscientização sobre riscos da automedicação e a importância do uso racional de medicamentos.
As pessoas se automedicam por inúmeros motivos: dificuldade e custo de obter a opinião de um especialista, desespero desencadeado pelos sintomas da doença e informações errôneas obtidas com terceiros, na internet e outros meios de comunicação.
O papel dos profissionais de saúde é alertar que temos organismos diferentes, com sensibilidades e alergias nem sempre conhecidas. Para contrapor o uso desenfreado de medicamentos, uma possibilidade seria adquirir o tratamento prescrito na dose exata ou fracionada.
Ainda desconhecidos por boa parte da população, mas com comercialização permitida no Brasil desde maio de 2006, os fracionados atendem à RDC 80 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e têm por finalidade promover o uso racional de medicamentos, evitar descarte incorreto na natureza e sugerir menor risco de intoxicação. No Estado do Rio, 1.134 farmáciascomercializam medicamentos fracionados e, na capital fluminense, os cariocas podem encontrar a venda fracionada em 326 estabelecimentos.
Ontem foi o Dia do Uso Racional de Medicamentos. Lembre que o médico é o profissional mais indicado e só ele tem condições de avaliar seu histórico de saúde, possíveis interações medicamentosas, se serão necessários exames mais complexos para depois prescrever o tratamento mais indicado. Seja consciente e diga não à automedicação.
Letícia Picoli é farmacêutica