São Paulo -  O tratamento já reúne resultados positivos em pessoas com Parkinson e agora é testado para outras doenças, como Alzheimer, depressão e obesidade.
Já há duas décadas, o dispositivo cerebral usado em seu Antônio coleciona resultados positivos em quem tem Parkinson. Agora os pesquisadores querem saber se a técnica traria benefícios  para os doentes de Alzheimer, doenças crônicas, depressão e obsidade. Os testes já estão em andamento em universidade do mundo todo, especialmente do Canadá e Estados Unidos.
O que faz os eletrodos de estimulação cerebral profunda uma possibilidade de caminho para doenças tão diferentes é o mecanismo de ação, explica o diretor da Comissão de Educação da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Henrique Ballalai Ferraz.
De acordo com ele, o cérebro funciona em partes e a comunicação entre elas é feita por circuitos de neurônios. Em comum, portadores de Parkinson, depressivos, obesos mórbidos, por exemplo, têm um desequilíbrio na ‘conversa’ entre as regiões cerebrais.
“Em geral, as doenças fazem com que uma dessas áreas do cérebro fique mais sensível do que a outra. O desequilíbrio pode resultar em sintomas variados”, diz o especialista ao descrever como sequelas do “curto-circuito” os movimentos involuntários, o esquecimento, a compulsão por comida ou a tristeza profunda.
linha de investigação dos cientistas é que a estimulação constante, via marcapasso, inibiria o funcionamento exagerado de uma das áreas do cérebro alterada pelas doenças.
“Para o Parkinson, que consiste em uma produção irregular de dopamina, funciona”, diz o neurocirurgião brasileiro Claudio Côrrea que já realizou cerca de 400 cirurgias do tipo, uma delas em seu Antônio.
Indicação precoce
“O procedimento é indicado para pacientes que não reagem mais a medicação”, afirma Côrrea.
“Os resultados para Parkinson são muito contundentes e o índice de complicação é inferior a 1%”, garante.
“Mas as chances de melhora são maiores para os casos tratados de forma precoce. Infelizmente, ainda temos uma demora na indicação da cirurgia pelos médicos que atendem pacientes, o que limita nossa atuação”, lamenta.
As informações são do IG