Rio -  ‘Cadê o isqueiro?”, pergunta Marcelo D2 na música ‘A Cara do Povo’, de seu sétimo álbum, ‘Nada Pode Me Parar’ (EMI). Resposta: está à venda na loja temática, na Galeria Ouro Fino, na Rua Augusta, em São Paulo, personalizado com o nome do rapper. Lá, tem também bonés, camisetas, CDs, copos, fones, buttons, tudo com o nome de D2. O espaço, sem nome definido, abre no sábado, fica lá por cinco semanas e depois fecha para seguir com a turnê.
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Novo álbum será vendido em loja itinerante | Foto: Divulgação
D2 leva a loja até para Nova York, onde o Planet Hemp, sua banda de origem, toca em 20 de julho, no Summerstage Festival. “Quero que o disco não termine nele próprio”, avisa ele, que receberá fãs e interessados na loja. Mas por que o autodenominado embaixador do Rio (como afirma em ‘A Cara do Povo’) decidiu começar por São Paulo? “Deixei São Paulo de lado nos meus discos anteriores. E lá é a capital do rap, cara, não tem jeito”.
A loja recebe também um cordel que D2 está escrevendo sobre sua carreira. E mais: todas as 15 músicas do disco ganharão clipes dirigidos pela americana Gandja Monteiro. ‘Eu Já Sabia’ e ‘Eu Tenho O Poder’ já saíram. Os de ‘Está Chegando a Hora (Abre Alas)’ — que tem na melodia trechos de ‘Abre Alas’, de Ivan Lins, e foi filmado no Cacique de Ramos e no Carnaval do Recife — e ‘Rio (Puro Suco)’ vêm aí.
O Planet Hemp ainda toca em São Paulo (lá, grava um DVD no Credicard Hall, em 13 de julho), Nova York e no Lollapalooza Chicago. “Nos anos 90, a galera ia ao show para xingar a polícia e o governo. E iam escondidos, tipo ‘vai no show do Planet? Ah, então fuma maconha’. Hoje é um público bem mais leve”, diz, apostando na diminuição do preconceito ao usuário. “Muitos paisnão veem mais como abuso o filho fumar um baseadinho. O que me incomoda são os moleques que rodam na mão da polícia vendendo ecstasy. Esses garotos vão presos e aí viram traficantes mesmo”.
Na nova turnê, as amizades na banda se fortaleceram. “Fiquei seis anos sem falar com B Negão (colega de D2 no grupo). Nos encontramos num corredor de hotel e ficamos amigos de novo. Ter banda é muito difícil, cada um quer uma coisa”, diz, confiante na fusão samba-rock-rap. “Para falar com o povo, tem que fazer música brasileira. A galera do rap já entendeu isso. Não dá para imitar o Chris Brown”.
D2 ainda está envolvido com ‘Meu Tempo É Agora’, longa de Johnny Araújo que conta a história de sua amizade com seu primeiro parceiro (o rapper Skunk, já morto) e que começa a ser rodado em agosto. “O filme vai contar até a história da prisão da banda”.