quarta-feira, 15 de maio de 2013

Maria Manuela Santos: Infecção hospitalar, os desafios da prevenção


Maria Manuela Santos: Infecção hospitalar, os desafios da prevenção

No Brasil, pelo menos 100 mil pessoas morrem ao ano por infecção hospitalar

O DIA
Rio - No Brasil, segundo a Comissão Nacional de Biossegurança (CNB), pelo menos 100 mil pessoas morrem ao ano por infecção hospitalar, tanto nas instituições públicas quanto nas privadas. E os altos números não são exclusividade nacional. Nos Estados Unidos, surge pelo menos 1,7 milhão de infecções anuais, resultando em cerca de 100 mil óbitos. Na Europa, são 4,5 milhões de infecções, com 37 mil mortes por ano.
Para pensar no problema, precisamos antes entender as causas. Infecção hospitalar está relacionada a dois fatores: consumo exagerado de antibióticos e controle e profilaxia ineficientes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 50% das prescrições de antibióticos em todo o mundo são inadequadas, sem somar os incontáveis casos de automedicação.
Cerca de 80% das instituições de saúde brasileiras não têm prevenção e controle adequados. Como consequência, 14% dos pacientes internados se tornam vítimas de infecção hospitalar. O que mais preocupa é o fato de que pelo menos metade desses casos poderia ser evitada se os profissionais de saúde adotassem medidas simples, como a lavagem frequente de mãos. A melhor maneira de enfrentar o problema é através do rígido controle da qualificação em todas as etapas do atendimento médico, da entrada do paciente à alta.
No Brasil, há instituições acreditadoras da qualidade e segurança. A Joint Commission Internacional é a maior do segmento. Para obter seu selo de acreditação, uma instituição de saúde leva, em média, dois anos para corrigir pontos falhos e atingir os padrões.
Recentemente, o Senado aprovou o Projeto de Lei 126/2012, que dispõe sobre a obrigatoriedade de avaliação, acreditação e certificação de hospitais. Espera-se que a Câmara dos Deputados também dê sinal verde para esta política da qualidade na Saúde. O resultado será um ambiente mais seguro para todos, sejam pacientes, médicos ou demais profissionais da saúde.

Médica e superintendente do Consórcio Brasileiro de Acreditação

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