segunda-feira, 20 de maio de 2013

Militante paulista do Femen é expulsa pela organização


Militante paulista do Femen é expulsa pela organização

Sede do grupo na Ucrânia diz que Sara Winter não cumpriu ordens

CHRISTINA NASCIMENTO
Rio - Terminou em trocas de farpas a tentativa de implantar o Femen no Brasil. A sede da Ucrânia, base do movimento, expulsou a paulista Sara Winter, 20 anos, do seu quadro de ativistas. A jovem chegou a passar por treinamentos fora do país para aprender a fazer protestos — todos eles sempre com os seios de fora.
Afastada do movimento, jovem diz que não aceitou pichar Cristo Redentor e invadir desfile de escola de samba
Foto:  Alexandre Vieira / Agência O Dia
Sara disse que, nesta segunda-feira, as ucranianas devem publicar uma carta no site da organização comunicando oficialmente a sua expulsão. A sede reclama que a brasileira não prestou contas do dinheiro enviado para o movimento no país e não cumpria as ordens da liderança. A ativista alega que, entre as ‘tarefas’ não cumpridas, estavam invadir o desfile das escolas de samba com extintores e jogar espuma nas pessoas, além de alugar um helicóptero para pichar o Cristo Redentor.
“A gente tinha um relacionamento ruim que vinha se prolongando. É muito difícil para elas compreender e entender a nossa cultura. Voltei da Ucrânia, onde fiz treinamento com elas, com uma imagem muito diferente do que é passado sobre o movimento. A gente tende a enxergá-las como heroínas, mas, na verdade, são patricinhas ricas que chegam a ter 20 mil dólares por mês para gastar com ativismo”, afirmou Sara.
Com a saída do grupo, Sara, que estava morando no Rio, voltou para São Carlos, em São Paulo, onde mora sua família. Ela disse que vai continuar na luta pelos direitos das mulheres. “Não me arrependo de ter entrado no Femen, porque inspirei várias garotas”, disse ela. O grupo brasileiro tem, atualmente, 15 mulheres de vários estados. A maioria deve continuar militando na causa.
‘O interesse delas é dinheiro, fama e beleza’
1. O que era feito com o dinheiro enviado pelas ucranianas?
— Após o treinamento, elas disseram: ‘Você não vai trabalhar. A gente vai enviar US$ 450 por mês, para você sobreviver’. Mas nem sempre esse dinheiro vinha. Quando chegava, eu tinha que pagar contas atrasadas, minha alimentação e das garotas, passagem para os protestos...
2. Está arrependida de ter entrado no grupo?
— Se eu soubesse como o Femen da Ucrânia é podre, nunca tinha me enfiado nisso. Mas não me arrependo.Só fui ingênua de acreditar que elas iriam me dar tanto apoio. O interesse delas é dinheiro, fama e beleza.
3. Você diz que houve pedidos absurdos. Quais?
— Pichar o Cristo, jogar espuma nas pessoas na Sapucaí, partir uma cruz de madeira com serra elétrica.
4. Ordens ou pedidos?
— Ordens, e elas não aceitam pessoas que as questionam. Eu faço isso.
5. É o fim do Femen no Brasil?
— Não sei. Parece que elas vão trazer alguém de fora para organizar aqui.
Seios de fora em polêmica
Pelo mundo, o movimento Femen tem feito protestos e levantado críticas sobre a forma de atuação: sempre de topless. Uma das últimas e polêmicas ações foi na Catedral de Notre-Dame, em Paris, na França, quando as garotas entraram apenas de calcinha e sapato para comemorar a renúncia do Papa Bento XVI. A primeira manifestação do Femen foi em 2008, na Ucrânia, onde o grupo começou. Atualmente, são quase 400 ativistas espalhadas pela Itália, França e Alemanha.
No Rio, o debut foi um protesto liderado por Sara Winter no Copacabana Palace. Ela e outras garotas invadiram o luxuoso hotel aos gritos de “O Brasil não é bordel”. Sara tem no currículo sete passagens pela polícia por causa das ações de topless.

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