quarta-feira, 15 de maio de 2013

Tragédia em dose tripla em Mianmar


Tragédia em dose tripla em Mianmar

Grupo de cem integrantes de minoria étnica massacrada pela violência foge de ciclone, mas acaba vítima de naufrágio. Oito morrem e 58 estão desaparecidos

O DIA
Mianmar - Ao tentarem escapar do ciclone Mahasen, que se aproximava de Mianmar, Ásia, cerca de cem pessoas sofreram com um naufrágio na costa do país. Até ontem à noite, 58 integrantes do grupo estavam desaparecidos, 42 tinham sido encontrados com vida e oito, mortos. Todos eram muçulmanos da minoria apátrida rohingya, que viviam num miserável campo para refugiados da violência.
Em campos de refugiados miseráveis, há cerca de 115 mil membros da etnia rohingya, que não tem pátria
Foto:  Reuters
O acidente foi na segunda-feira à noite, quando sete embarcações com refugiados zarparam de Pauktaw para tentar alcançar uma região mais segura. Um dos barcos bateu numa rocha e naufragou. 
Em campos de refugiados em Mianmar, vivem cerca de 115 mil pessoas, entre elas milhares de crianças, amontoadas em acampamentos sem infraestrutura sanitária. As habitações são tendas superlotadas, sem eletricidade, água limpa e comida.
Os rohingya são originários parte de Mianmar, parte do vizinho Bangladesh, e considerados “uma das minorias étnicas mais perseguidas do planeta”. Eles são discriminados pela população, que é 89% budista, e pelo governo de Mianmar, que os considera “imigrantes ilegais de Bangladesh”.
Entre outros absurdos, os rohingya são proibidos de viajar sem autorização, de estudar em universidades públicas e de ter terras. Também precisam de permissão para exercer algumas profissões, para casar e para ter filhos. Quando são flagrados morando ou dormindo juntos sem as licenças, passam por julgamentos e podem pegar penas de prisão.

Nenhum comentário: