Rio -  O hino do Fluminense é exaltado por quem é ‘tricolor de coração’, mas foi outra parte do corpo humano que chamou o advogado Paulo Roberto Lucas, de Volta Redonda, para a legião de torcedores do clube das Laranjeiras. Antes botafoguense, ele passou a torcer pelo Flu em 2010, depois que precisou de um transplante de fígado e recebeu o órgão de um jovem tricolor.
Torcedor trocou de time após transplante | Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
Torcedor trocou de time após transplante | Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
A mudança foi consequência do renascimento do advogado. Com cirrose hepática, a sua vida estava por um fio. Após percorrer diversos hospitais do Rio, o advogado encontrou a sorte em São Paulo. O doador do fígado, que teve morte cerebral em um acidente de moto, era niteroiense radicado na capital paulista, e apaixonado pelo Flu.

“Curioso, eu consegui descobrir quem me salvou a vida. O nome dele era Marcos, tinha 32 anos. Fui até a casa que ele morava, no Morumbi, e vi um monte de produtos do Fluminense. Aí, eu fiz uma homenagem para o Marcos e virei tricolor ”, contou Lucas, que se emociona ao lembrar dos momentos antes do transplante. “Eu estava morto. Já tinha comprado túmulo e feito o inventário, para não desamparar a minha família. O médico tinha me dado, no máximo, mais quatro meses de vida.”

Às vésperas da final da Taça Rio, neste domingo, em sua cidade, ele não tem dúvida: a confiança é total no Flu. “O Botafogo está numa situação melhor, tem direito ao empate. Mas o Fluminense vai ganhar!”, disse o advogado, que revela não ter saudade de torcer pelo Botafogo. “Eu era botafoguense, mas nunca tive nem camisa oficial. Hoje eu torço mais pelo Fluminense. Leio site e acompanho tudo. Minha vida mudou.”