Rio -  Devido ao acidente ambiental, cinco cidades no Sul Fluminense foram obrigadas a suspender a captação de água no Rio Paraíba do Sul desde segunda-feira: Porto Real, Quatis, Pinheiral, Volta Redonda e Barra Mansa.
Funcionários limpam a estação de tratamento de água de Volta Redonda | Foto: Diário do Vale
Funcionários limpam a estação de tratamento de água de Volta Redonda | Foto: Diário do Vale
Por medida de segurança, ontem à noite, foi suspensa a captação na estação Santa Cecília, onde é feita a transposição de água para o rio Guandu. O bombeamento deve ser retomado agora pela manhã. A Cedae descartou a falta d’água na cidade do Rio.
O vazamento de oito mil litros de óleo diesel foi provocado, após suspeitos invadirem instalações da Transpetro, para furtar óleo, e danificarem uma válvula, que ficou vazando. O acidente ocorreu no domingo à noite no município de São José do Barreiro, interior de São Paulo.
Durante à noite, o óleo seguiu pelo rio Sesmaria e atingiu o rio Paraíba do Sul na tarde de segunda-feira, na altura do município de Resende. A Transpetro informou que detectou a falha ainda na noite de domingo, quando começou o trabalho de contenção da mancha de óleo.
Ontem, em Porto Real, as aulas das escolas públicas foram suspensas devido ao racionamento de água.
Óleo vaza e atinge o meio ambiente do Rio
O acidente que provocou o derramamento de óleo com cerca de 30 quilômetros de extensão no Rio Paraíba do Sul, suspendendo a captação de água em cinco municípios do Sul Fluminense por mais de dois dias, ratifica a importância do uso dos royalties do petróleo no combate a desastres ambientais no estado. O governo do estado briga no Supremo Tribunal Federal (STF) pela manutenção dos recursos, oriundos principalmente da exploração de óleo sob o regime de concessão. Os estados não produtores de petróleo querem pulverizar os recursos entre todos os entes da federação.
“É claro que toda essa movimentação de produtos derivados do petróleo coloca o estado sob riscos de acidentes de todo o tipo. Por isso, a necessidade da compensação dos royalties do petróleo para que o estado tenha recursos para fazer frente às ações de contingência, como compra de equipamentos, e controle do meio ambiente”, ressalta a presidenta do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, que está exercendo o cargo de secretária interina do Ambiente.
Ela afirmou que a Transpetro, empresa de transporte da Petrobras, responsável pelo oleoduto onde ocorreu o vazamento perto de Resende, na noite de domingo, foi notificada a tomar todas as medidas de controle ambiental necessárias para minimizar os transtornos causados pelo acidente.
Segundo Marilene, apesar de ter sido um ato de vandalismo que provocou o derramamento, a aplicação de multa não está descartada, depende da legislação ambiental e da agilidade da empresa em solucionar os problemas resultantes do vazamento.