quinta-feira, 16 de maio de 2013

Zaqueu Teixeira: Abolição: ainda é tempo de lutar pela causa


Zaqueu Teixeira: Abolição: ainda é tempo de lutar pela causa

Falar da escravidão é sempre doloroso e complexo

O DIA
Rio - Falar da escravidão é sempre doloroso e complexo. Mesmo com a luta dos abolicionistas, ela continuou por quase 300 anos, sendo lentamente desmontada — primeiro com o fim do tráfico negreiro; depois, a Lei do Ventre Livre; mais tarde, a Lei dos Sexagenários; e, finalmente, a 13 de maio de 1888, a Lei Áurea. Mas a vida dos negros continuava difícil, pois o Estado não criou condições para a integração ao mercado de trabalho formal. Os negros encontraram dificuldades em manter condições necessárias, como moradia e educação.
Embora as mudanças tenham sido lentas desde o início, temos que ressaltar que sempre é tempo de lutar por igualdade e por direitos humanos. Isso é tarefa de todos nós, mas principalmente de quem formula políticas públicas. O governo do estado tem atuado fortemente nas ações afirmativas, buscando a integração racial, num país onde quase todos descendemos da África.
Cotas nas universidades e nos concursos públicos são bons exemplos da vanguarda do estado, mas não os únicos. É preciso atacar todas as desigualdades. A pobreza ainda tem forte relação com a questão da raça: no estado, 72% da população muito pobre é negra. Para mudar esse cenário, o Plano Rio Sem Miséria vem fazendo a busca ativa em comunidades quilombolas, a fim de atendê-los com o Bolsa Família e o Renda Melhor.
Os casos de racismo, injúria racial e intolerância contra religiões de matriz africana também serão fortemente enfrentados com cooperação técnica com a Defensoria Pública do Estado. Como a população mais pobre é predominantemente negra e vive em sua maioria nas comunidades hoje pacificadas, a secretaria lançou o Caminho Melhor Jovem, que atenderá 40 mil jovens, por meio de serviços e oportunidades, com financiamento do BID.
Não é tudo, mas é assim que temos dado nossa contribuição e isso mantém viva nossa esperança em construir um Estado de integração e oportunidades, igualitário e solidário.

Secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos

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