quarta-feira, 12 de junho de 2013

Rio e Niterói terão atos contra alta das passagens

Rio e Niterói terão atos contra alta das passagens

Líderes do movimento orientam os manifestantes a não reagir a ações da polícia

ATHOS MOURA E DIEGO VALDEVINO
Rio - Em reunião nesta terça-feira à noite na Uerj, jovens ligados aos protestos contra o aumento das passagens de ônibus municipais marcaram novos atos no Centro para esta quinta-feira, às 18h, na Candelária e Cinelândia, e para sexta-feira, às 17h, em frente à estação das barcas, na Praça Arariboia, em Niterói. Ligados a movimentos sociais e estudantis, ao Psol, PSTU e PCdoB, eles fizeram um balanço do confronto com a polícia na segunda-feira.
Segundo o universitário Paulo Henrique Lima, de 24 anos, a manifestação é organizada por “diversos movimentos estudantis”, e todos serão orientados a não revidar agressões de policiais.
“Principalmente os detidos no último protesto, que foi pacífico. Vamos pedir para que não caiam em provocações. Nossa intenção é só protestar contra o aumento da passagem. É nossa única briga”, avisou o estudante, ele próprio um dos retidos pela polícia. 
Jozé Luiz da Silva, da Igreja Nossa de Senhora do Carmo, mostra as pedras jogadas pelos manifestantes
Foto:  Alessandro Costa / Agência O Dia
Os estudantes reivindicam a redução da tarifa de ônibus de R$ 2,95 a R$ 2,75, e o passe livre estudantil e universitário, além de boas condições nos coletivos do Rio. “Queremos dobrar o número de participantes, que segunda chegou a 1.500 pessoas”, acrescentou Paulo Henrique. 
Um dia depois da confusão, os dois lados da batalha recolhiam os ‘despojos’. Na Avenida 1º de Março, ainda havia marcas de depredação. Nas universidades e escolas, estudantes exibiam hematomas, resultado da reação da Polícia Militar. No meio disso tudo, igrejas e comerciantes, que nada tinham com isso.
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé foi uma das mais prejudicadas. Pedras portuguesas e pedaços de concreto danificaram três janelas e atingiram a pia batismal de mármore, que é da mesma época da fundação da igreja, em 1761.
Protesto no Centro do Rio tem confronto entre policiais e manifestantes. Tumulto causou engarrafamento e filas nos pontos de ônibus
Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Funcionário há dez anos da paróquia, o encarregado José Luiz da Silva alegou que o templo nunca havia sofrido vandalismo antes. “Eles podem fazer manifestação, mas sem agredir o patrimônio”, comentou.
Manifestantes denunciam a polícia
Estudante de Geografia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Giuliano Viana, de 21 anos, foi um dos manifestantes detidos. Cursando o primeiro período na universidade, ele alegou ter sido atingido pelas costas por um policial militar.
Segundo ele, os PM detiveram pessoas que estavam dispersadas e sem representar risco. “Senti uma pancada de cassetete nas minhas costas e depois fui preso. A reação da PM foi desmedida”, disse o jovem.
Polícia se defende
A Coordenadoria de Comunicação Social da Polícia Militar se defendeu das acusações de truculência, informando que o Batalhão de Choque é uma unidade especializada em controle de distúrbios e usa o conceito do uso progressivo da força.
Jovens seguravam cartazes com mensagens de repúdio ao governador Sérgio Cabral e ao prefeito Eduardo Paes
Foto:  Ingrid Cristina / Agência O Dia
A primeira medida para desobstruir o trânsito em protestos é a ordem ou advertência verbal. Esta medida foi adotada, diz a PM. 
Segundo a polícia, os manifestantes exaltados reagiram à ordem e não desobstruíram a rua. Como a PM tem como princípio a preservação da vida, usa armas não-letais para controle destes distúrbios.
De acordo com a Polícia Militar, o gás de pimenta é utilizado como forma de controle e afastamento.




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