quinta-feira, 11 de julho de 2013

Aristóteles Drummond: Chega de agenda inútil!

Aristóteles Drummond: Chega de agenda inútil!

A leitura dos jornais demonstra que o enfoque é um plebiscito sobre tema que nem foi abordado nas manifestações

O DIA
Rio - O país vive em tal estado que um esquerdista poderia comparar a tradicional alienação dos temas sérios por parte do que chamam de “burguesia” com a indiferença das forças vivas da sociedade com o que se passa.
A leitura dos jornais demonstra que o enfoque é um plebiscito sobre tema que nem foi abordado nas manifestações. E estas se repetem pelos mais diferentes motivos e em número cada vez maior de cidades, parando o país em alguns setores por mais de um mês. Como se estivéssemos num papo de praia ou de botequim, discute-se projeto de “cura gay”, que a maioria da população desconhece o que possa ser. A ‘Comissão da Verdade’ continua a fomentar divisões e a mexer em feridas. As brigas internas na base aliada alimentam noticiário que não dignifica nossa democracia. Remendo para melhorar a apresentação formal das contas públicas aponta para um modelo argentino, nada recomendável. Na economia a tendência é piorar.
O ideal seria a união das forças vivas da nacionalidade — empresários, mídia, governo e oposição — no sentido de enfrentar a crise para que a mesma não alimente a inflação e enfraqueça o mercado de trabalho. Para tal, valeria um pacto nacional para que as obras do PAC sejam liberadas, inclusive no licenciamento de muitas, e um acordo com os médicos do SUS, aumentando a carga horária e o salário real na rede oficial, assim como instituir controles de frequência e produtividade de professores em todos os níveis. Acelerar as reformas de estradas que possam ajudar a desafogar os grandes centros. Um choque de obras e decisões de curto prazo e respostas imediatas. Agora, e não daqui a três anos.
Ninguém ganha com essa conversa elitista. Não adianta tapar o sol com a peneira. É a classe política que está desgastada, como bem disse o senador Aécio Neves, nos levando a um salto no escuro. Precisamos de humildade e espírito público para o bem do país. Pelo menos, até o fim do ano, que a prioridade seja melhorar o atendimento das prefeituras, governos estaduais e o federal à população. E esta mesquinharia de se perseguirem governantes não faz sentido.

Jornalista


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