quinta-feira, 11 de julho de 2013

Brasil evolui na alternativa à gasolina

Brasil evolui na alternativa à gasolina

Fabricantes pedem e governo pode facilitar híbridos, elétricos e células de combustível

LUIZ ALMEIDA
Rio - Houve uma época em que o discurso da indústria automotiva nacional glorificava o etanol como solução energética alternativa para o Brasil, mesmo ficando refém da entressafra e de usineiros. Assim, não havia necessidade sequer de pensar em estimular a venda ou produção de veículos híbridos ou elétricos por aqui. Agora, porém, há sinais de mudanças.
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Foto:  Divulgação

A Anfavea — Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores — apresentou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior proposta para a introdução e o desenvolvimento de novas tecnologias de propulsão destinadas exclusivamente a automóveis e comerciais leves. A carta de intenções da entidade ainda cria etapas para a futura venda e fabricação de veículos ‘verdes’.
De acordo com a Anfavea, serão duas as fases. Na primeira haverão incentivos à importação de veículos equipados com tecnologias alternativas de propulsão. Esta fase, aliás, seria a mesma do Inovar-Auto — ou seja, teria início imediato e duraria até o ano de 2017.
Nesta primeira etapa, as marcas teriam uma cota de importação que seria aumentada de forma progressiva. Em 2013, por exemplo, poderiam desembarcar 500 unidades de veículos elétricos ou híbridos — a entrada de importados ‘verdes’ crescerá anualmente e atingirá a marca de 2,4 mil unidades em 2017.
Já a segunda fase é bem mais ousada. Isso porque, segundo a Anfavea, prevê a produção local, com desenvolvimento de engenharia e fornecedores, além da nacionalização progressiva de componentes. Nesta etapa também está previsto o apoio para pesquisas quanto ao uso de etanol em veículos movidos a célula de combustível.
Conheça as tecnologias
A carta de intenções da Anfavea apresentada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior prevê que os veículos passem a ser classificados em categorias distintas, de acordo com tecnologias de propulsão embarcadas. São seis as classificações — Mild Híbrido, Full Híbrido, Plug-in Híbrido, Elétrico com Autonomia Estendida, Full Elétrico e Célula de Combustível.
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Foto:  Divulgação

Para entender as classificações propostas pela Anfavea é preciso saber o que são os veículos híbridos e elétricos. A grosso modo, os híbridos se caracterizam por utilizar motor a combustão — convencional — e um propulsor elétrico. Porém, entre os híbridos, há características que os diferenciam uns dos outros.
É o caso dos Mild Híbrido — ou híbrido leve, que também podem ser classificados como híbridos paralelos. Estes usam motor a explosão para se locomover e o propulsor elétrico serve como um auxílio extra para melhorar o desempenho. Um exemplo é o Mercedes-Benz Classe S Hybrid, que tem unidade elétrica com 20 cv para auxiliar o V6 3.5 de 279 cv de potência.
Ainda entre os veículos híbridos, há os denominados Full Híbrido, que, segundo a classificação, usam motor a combustão combinado com sistema elétrico. Estes podem trabalhar em conjunto ou separadamente. Um bom exemplo é o Ford Fusion Hybrid, cujo motor elétrico somente para de funcionar quando a velocidade chega aos 70 km/h.
Já os Plug-in Híbridos apresentam as mesmas características dos Full Híbrido. Porém, têm motorização híbrida cujas baterias podem ser recarregadas em tomadas convencionais. Um exemplo é o Toyota Prius Plug-in — modelo que se enquadra na categoria Full Híbrido.
A categoria Elétrico com Autonomia Estendida é formada por aqueles cujo motor elétrico trabalha de forma predominante — o propulsor a combustão entra em ação para recarregar a bateria ou aumentar a performance. É o caso do Chevrolet Volt, cujo motor a combustão trabalha constantemente para manter o nível de carga da bateria.
A Anfavea ainda prevê uma categoria exclusivamente formada pelos veículos elétricos — a Full Elétrico. Em linhas gerais, estes basicamente contam com motor elétrico, regulador e baterias. O regulador recebe a energia das baterias e a repassa ao motor para a locomoção.
Além dos elétricos, a classificação da Anfavea contempla categoria batizada de Célula de Combustível. Estes veículos têm motor elétrico mas alimentado por conversão de hidrogênio em energia elétrica. Assim, a energia é fornecida através de reação química, que gera eletricidade a partir de combustível fóssil e alimenta o motor elétrico.
Nissan LEAF
Divulgação



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