quinta-feira, 25 de julho de 2013

Detido diz que não vai voltar às manifestações

Detido diz que não vai voltar às manifestações

PM que prendeu rapaz declara que ele não estava com nenhum coquetel molotov durante protesto

CAIO BARBOSA
Rio - O estudante Bruno Ferreira, 25 anos, que terça-feira ficou três horas em Bangu II acusado de tentativa de homicídio, mas acabou liberado graças a vídeos que o inocentavam, disse que não voltará mais às manifestações nas rua.
Bruno, que mostrou tranquilidade e segurança ao deixar o presídio, se chocou ao tentar ver os vídeos onde é agredido violentamente por policiais. “Não consigo ver. Não dá. É forte demais para mim”, disse Bruno, aos prantos, saindo de perto da mãe, que está em estado de choque.
Bruno disse que não vai mais participar de manifestações
Foto:  Estefan Radovicz / Agência O Dia
O estudante, que é voluntário em trabalho com crianças carentes na Uerj, afirmou que está com medo de voltar às manifestações, mas continua apoiando o movimento. Ainda em dúvida quanto ao que fará a partir de agora, ele diz que se entrar com ação e for indenizado pelo estado doará tudo o que receber a instituições que trabalham com Educação. 
O Jornal Nacional, da TV Globo informou nesta quarta-feira que no inquérito um dos policiais que prenderam Bruno relatou que o estudante não estava com nenhum coquetel molotov na hora da prisão.
Cabral anuncia mudança em decreto
O governador Sérgio Cabral anunciou nesta quarta que vai modificar o polêmico decreto que cria a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (CEIV). Considerado ilegal por juristas e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o texto dava à CEIV carta branca para quebrar sigilos telefônicos e de internet na produção de provas contra manifestantes.
“Só a União, por meio de lei federal, pode ditar normas processuais. Além disso, o decreto viola a Constituição Federal, que diz que a quebra do sigilo telefônico e de meios tecnológicos só pode ocorrer com autorização judicial”, explicou Ronaldo Cramer, vice-presidente da OAB-RJ.
No novo texto, que será publicado hoje, Cabral acrescentou um parágrafo onde deixa claro que só o Judiciário pode autorizar a quebra de sigilos telefônicos e de internet.



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