quarta-feira, 3 de julho de 2013

Digital & tal: A guerra silenciosa pelo poder na web

Digital & tal: A guerra silenciosa pelo poder na web

Em 2016, a internet deve movimentar mais que US$ 4,2 trilhões dentro de suas fronteiras digitais

NELSON VASCONCELOS
Rio - A bola de cristal do Boston Consulting Group estima que, em 2016, a internet vai movimentar mais que US$ 4,2 trilhões dentro de suas fronteiras digitais. Se for assim mesmo, a rede será a quinta maior economia do mundo, ficando atrás apenas de EUA, China, Japão e Índia.
Somos hoje 2,5 bilhões de internautas, afogados em cerca de cem bilhões de sites que contém virtualmente tudo o que se imagina. É tanta coisa que alguns países reais decidiram que a internet pode ser danosa aos seus interesses e tornaram-se inimigos da rede, como diz a organização Repórteres Sem Fronteiras. Bahrein, China, Irã, Síria e Vietnam são os piores (mas a verdade é que ninguém é tão bonzinho quanto parece, quando se trata de liberdade).
Números e cifras assim nos levam a imaginar sobre o futuro econômico e político da rede. São inúmeras oportunidades e nichos que se abrem, e tende a ganhar quem sair na frente. Sabem disso as gigantes Google e Facebook, que vão pouco a pouco mexendo suas peças em todo o planeta real.
Com tanta grana boiando por aí, não é à toa que muita gente esteja se armando. Estima-se que a China, por exemplo, conte com nada menos que 50 mil “soldados” construindo a grande muralha virtual do seu país, blindando-o de eventuais ataques e surpresas dos inimigos ocidentais.
Já nos EUA, calcula-se que o Pentágono mantenha 14 mil ciber-soldados, mamando num orçamento de US$ 3,7 bilhões somente para “cyberspace operations” neste ano. Sem contar US$ 8,4 bilhões na construção de alguns quartéis-generais dedicados somente a proteger as fronteiras digitais do país — além, naturalmente, de fuxicar a vida alheia.
As guerras esperadas para um futuro distante, aliás, já existem. Há pouco mais de dois anos, os EUA conseguiram suspender a distribuição de energia no Irã usando ataques cibernéticos. Ninguém morreu, nenhum tiro foi disparado, mas o prejuízo foi gigantesco.
E até nosso Brasilzão está se articulando para criar um sistema de inteligência para monitorar redes sociais. Que, pelo jeito, são as grandes inimigas das instituições, principalmente depois dos protestos que tanto assustaram poderes democraticamente constituídos e paulatinamente prostituídos.
Com Pablo Vallejos


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