10.09.2012 às 14h02
OMS: A cada 40 segundos uma pessoa se suicida e muitas delas são jovens
Nesta segunda-feira se lembra o Dia para a Prevenção do Suicídio, um fenômeno que afeta todas as regiões do mundo e todos os grupos de idade, e que é especialmente preocupante porque para cada suicídio há 20 tentativas fracassadas.
No entanto, em meio século houve uma mudança de tendência: se em 1950 60% dos suicídios eram protagonizados por pessoas com mais de 45 anos, atualmente, 55% dos que tiram a vida são mais novos que isto.
Os índices de suicídios entre os jovens aumentaram tanto que em um terço dos países esta faixa de idade é considerada a de "maior risco" pela OMS.
"As causas exatas do porquê desta mudança de tendência não sabemos. É um fenômeno que afeta todos os países e que está aumentando, mas as razões principais não as conhecemos, são muitas, variadas e mudam muito de caso a caso", assinalou Alexandra Fleischmann, do departamento de Saúde Mental da OMS.
"Além disso, nas zonas remotas, o acesso aos estabelecimentos de saúde é muito mais difícil. Se a tentativa de suicídio é realizada em um apartamento de uma grande cidade desenvolvida, essa pessoa pode ser levada de urgência a um hospital e ser salva", acrescentou.
Com relação à América Latina, a região mantém tradicionalmente baixos níveis de suicídios, apesar de existirem grandes diferenças entre os países, como revela o 1,9 por cada 100.000 homens peruanos que tiram a própria vida, frente aos 26 por cada 100.000 dos homens uruguaios.
"Tradicionalmente as taxas na América Latina se mantiveram baixas, mas vemos a mesma tendência que no resto do mundo, ou seja, o aumento dos índices, sobretudo entre os jovens", destacou a especialista.
Alexandra explicou que os recentes estudos revelam que apesar dos países escandinavos continuarem tendo altas taxas de suicídios, o fenômeno se estende na Europa do Leste e, particularmente, na Ásia, "em grandes países como China e Índia, com uma grande população e com imensos problemas ligados ao desenvolvimento e à globalização".
Consultada sobre o aumento de suicídios relacionados à crise econômica que afeta alguns países da Europa, Alexandra afirmou que, na maioria dos casos, as pessoas que os cometeram eram previamente "vulneráveis", e a pressão só exacerbou a situação.
Perante isto, a OMS recomenda atuações multidisciplinares, como a formação do pessoal de educação e saúde, a restrição do acesso aos métodos (pistolas, pesticidas, remédios), "cuidar" da apresentação pública dos casos (evitar publicá-los na imprensa), entre outros.
A especialista alertou sobre o perigo que representa a falta de consciência sobre a importância do problema e o fato de que seja um tema tabu em muitas sociedades.
Com informações da EFE
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