sábado, 6 de julho de 2013

Leila Macedo: Acende-se o alerta contra o bioterrorismo

Leila Macedo: Acende-se o alerta contra o bioterrorismo

A partir deste ano, mundo inteiro estará com atenções voltadas para cá. Nossas condições são precárias e faltam recursos

O DIA
Rio - Recentemente, o mundo se assustou com diversos ataques terroristas nos Estados Unidos. Além das explosões na Maratona de Boston, um envelope foi enviado ao presidente Barack Obama contendo ricina.
A substância é um veneno encontrado naturalmente em grãos de mamona durante o processo do óleo de rícino, conhecido laxante. Sua única utilidade tem sido como agente terrorista ou de guerra. O seu envenenamento não é contagioso. No entanto, se entrar em contato com alguém que tem ricina em seu corpo ou roupas, estará exposto a ela.
Esse caso aconteceu nos Estados Unidos. Mas e se fosse aqui? O cenário atual do país é muito triste, e é preciso agir para não sofrermos impactos muito graves e sérios, por exemplo, com a liberação intencional ou acidental de um material biológico fatal. O custo de um acidente como esse é incomensurável.
A partir deste ano, o mundo inteiro estará com suas atenções voltadas para cá. Nossas condições são precárias e faltam recursos. Instituições de pesquisa (que detêm a guarda de material biológico de alto risco), hospitais e serviços de atendimento do SUS, em geral, não estão preparados com tecnologias de ponta para garantir a segurança, o controle, o tratamento e a contenção, no caso da ocorrência de um evento como esse.
Esse é um dos temas que serão abordados no Congresso Brasileiro de Biossegurança, que acontecerá em setembro, em Salvador, na Bahia. O workshop ‘Definição de estratégias para a gestão em Biossegurança em grandes eventos’ focará na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016.
O congresso é referência na América Latina, além de ser reconhecido mundialmente. Além de estudantes e profissionais de saúde, o encontro contará ainda com a presença da Organização Mundial de Saúde, o FBI e a Interpol, além de cientistas renomados de diversos países.
Leila Macedo é pesquisadora da Fiocruz e presidenta da Associação Nacional de Biossegurança


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