Três ministros do STF condenam núcleo político do PT no julgamento do mensalão
Apenas o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, absolveu Genoino e Dirceu por falta de provas no crime de corrupção ativa. Os réus Geiza Dias, ex-funcionária de Valério, e o ex-ministro Anderson Adauto tiveram quatro votos pela absolvição. Faltam agora os votos de seis ministros que devem falar na sessão de terça-feira do julgamento do mensalão, após as eleições municipais.
Revisor do mensalão inocentou Dirceu porque julgou haver falta de provas | Foto: Divulgação
Rosa Weber seguiu o voto de Joaquim Barbosa no julgamento do capítulo seis | Foto: Divulgação
Em seu voto, Lewandowski foi questionado pelo ministro Gilmar Mendes, para quem há uma contradição no argumento do revisor. Mendes lembrou que o colega condenou outros réus por corrupção passiva e também Delúbio por corrupção ativa, mas agora no voto sobre Dirceu disse que não houve prova nos autos da suposta compra de votos. Lewandowski rebate e diz que "não há contradição". "Vossa Excelência não ouviu claramente o que eu disse", afirmou o revisor.
Para ele, não ficou comprovada uma relação de subordinação entre Dirceu e Delúbio Soares. “As provas colhidas demonstram que a Secretaria de Finanças do PT atuava com plena autonomia e que José Dirceu não tinha ingerência nessas atividades.” O mesmo, segundo ele, vale para o relacionamento entre o ex-ministro e Marcos Valério.
Após Lewandowski, Rosa Weber condenou oito dos dez réus acusados de corrupção ativa no subitem que trata da compra de apoio político. Entre eles, Dirceu, Genoino e Delúbio. Ela seguiu o revisor e o relator ao absolver o ex-ministro Anderson Adauto e a ex-funcionária de Valério Geiza Dias.
Rosa discordou de Lewandowski, que colocou dúvidas sobre o depoimento de Jefferson e sobre a existência da compra de votos. "O conjunto probatório deste processo, na minha visão, aponta no sentido da existência de conluio para a corrupção de deputados federais com vistas à obtenção de apoio político ao governo federal", diz a ministra. Para a ministra, os indícios de crime “gritam nos autos”.
Para a ministra, "houve um conluio para a compra de votos. Esse dinheiro veio de recursos, pelo menos em parte, públicos”. Ao condenar Delúbio, Rosa Weber afirmou que “não é possível acreditar que Delúbio sozinho teria comprometido o PT com uma dívida na ordem de R$ 55 milhões, sem o conhecimento de mais ninguém”. Com esse argumento, Rosa Weber condenou Dirceu. E também condenou Genoino, “com muita tristeza”, alegando como provas a assinatura do ex-presidente do PT no empréstimo do Banco Rural e em suas dez renovações, e nas reuniões para a formação da base aliada do governo.
Ao condenar o ex-ministro e o ex-tesoureiro do PT, Luiz Fux argumentou que Delúbio Soares não poderia ter agido sozinho e afirmou que "efetivamente, o primeiro denunciado (Dirceu) é responsável pelo crime de corrupção ativa".
As informações são do iG
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