quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Objeto não identificado é retirado de fazenda em Goiás


  
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A esfera de cerca de um metro de diâmetro, que caiu em uma fazenda em Montividiu (GO), foi recolhida na noite de segunda-feira (24) por técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
Já era noite quando os especialistas da Cnen chegaram à fazenda para analisar o objeto não identificado. Eles utilizaram um aparelho para verificar se o objeto era fonte de energia radioativa e constataram que não havia indícios de radioatividade.
Depois que os técnicos confirmaram que não havia presença de radioatividade no local, eles decidiram recolher a peça e levá-la para estudos.
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Lixo espacial
Moradores da região não perceberam o momento em que a esfera caiu na fazenda, durante o fim de semana. O objeto não era pesado e caiu a cerca de 150 metros de uma casa. Ele ficou amassado com a queda.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) acredita na hipótese de o material ser lixo espacial.
População deve manter distância de possível lixo espacial, afirma especialista
Tudo indica que o estranho objeto que caiu em Montividiu (interior de Goiás) neste fim de semana é mesmo um pedaço de lixo espacial — possivelmente um tanque de combustível. A avaliação preliminar, feita com base na fotografia publicada pelo G1, é do engenheiro aeroespacial Petrônio Noronha de Souza, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Ele alerta que, em casos como esses, deve-se isolar a área e manter distância do destroço orbital, porque ele pode conter resquícios de substâncias tóxicas.
“Eu não recomendaria que ninguém se aproximasse do objeto. O ideal é chamar os bombeiros ou outros especialistas com equipamento que lhes permita lidar com material tóxico”, disse Souza ao G1 por telefone. “Após a reentrada, pode até ser que o material esteja totalmente inerte, mas é melhor não arriscar.”
Ao contrário do que circula no imaginário popular, é relativamente raro que satélites ou seus fragmentos contenham material radioativo. “E, quando está presente, ele fica encapsulado em cilindros que são virtualmente indestrutíveis. Certamente não é o caso desse objeto que caiu em Goiás”, afirma o pesquisador do Inpe.
Tanque?
Embora as imagens do objeto deixem alguma margem para dúvida, “ele tem todo o jeito de um tanque de combustível”, diz Souza. “Não dá para saber se é uma sobra de satélite ou foguete. Pode ser que ele tivesse outras partes, que foram consumidas durante o atrito com a atmosfera. Mas, decerto, não se trata de uma peça de avião nem de balão.”
A estrutura em gomos, que lembra vagamente uma colméia, tem a ver com a maneira como essas estruturas são produzidas, de acordo com o especialista — no processo, materiais como fibra de carbono são “tecidos” ou “trançados” até adquirir essa aparência. Na verdade, trata-se de uma manta enrijecida que é bastante resistente ao atrito.
Também não é possível saber, apenas com as fotografias, se o objeto original era totalmente esférico ou se tinha a forma de uma ampola ou cápsula. O tanque poderia conter hidrogênio e oxigênio líquidos — nesse caso, os combustíveis certamente foram consumidos por inteiro. No entanto, também é possível que ele contivesse propelentes como a hidrazina, o mesmo combustível de foguetes usado por um satélite-espião recentemente derrubado pelos militares dos EUA. A hidrazina é altamente tóxica, podendo causar danos severos aos sistemas respiratório e nervoso.

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