Rio -  A ocupação policial do Complexo de Manguinhos e da Favela do Jacarezinho, programada para acontecer amanhã, vai beneficiar mais de um milhão de pessoas. A tomada da área pelas forças de segurança refletirá na segurança de quem mora e circula em 28 bairros da região, que tem dois batalhões — o 3º BPM (Méier) e 22º BPM (Maré) — e seis delegacias: 21ª DP (Bonsucesso), 23ª DP (Méier), 24ª DP (Piedade), 25ª DP (Engenho Novo), 26ª DP (Todos os Santos) e 44ª DP (Inhaúma).
Policial militar aborda um motorista na Avenida Dom Helder Câmara | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Policial militar aborda um motorista na Avenida Dom Helder Câmara | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
As favelas da Varginha e Mandela também serão alvos das ações de amanhã. Com a presença de policiais na região, a cúpula da Segurança Pública prevê a diminuição nos índices de criminalidade da área, um deles é o roubo de carros. A área é cortada por três vias importantes: as avenidas Dom Helder Câmara, dos Democráticos e Leopoldo Bulhões, onde bandidos costumam aterrorizar motoristas promovendo arrastões, blitzes falsas e ‘bondes’ para transportar armas e drogas.
Os constantes confrontos violentos na Leopoldo Bulhões fez o endereço ficar conhecida como Faixa de Gaza.
Para evitar a fuga de criminosos, essas vias serão monitoradas amanhã pela Guarda Municipal, que vai cuidar do trânsito na área.
Hoje, cerca de 1.500 policiais que participarão da operação amanheceriam de prontidão nos quartéis e delegacias. Eles estão a postos monitorando as informações sobre a região, analisando o planejamento das ações e recebendo as últimas instruções sobre a operação que dará início à implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Manguinhos, a 29ª do Rio.
Foto: Arte: O Dia
Arte: O Dia
Os primeiro a entrarem nas comunidades serão os policiais dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e Choque, da PM, e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil. Com o território dominado, agentes das delegacias especializadas e distritais dão prosseguimento à ocupação.

CÚPULA NO QG
A Core deve permanecer no Jacarezinho revezando a ocupação com a PM. Os policiais civis vão checar informações sobre as investigações que cada unidade tem sobre a região, uma das mais violentas da cidade nas últimas décadas.
A operação será acompanhada por representantes das forças de segurança em tempo real pela primeira vez do QG da PM, no Centro. É lá que foi montado o Centro de Comando e Controle que começa a funcionar hoje com tecnologia de ponta.
Policiamento é reforçado nos acessos às favelas
Durante todo o dia de ontem, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) patrulharam os principais acessos a Manguinhos e Jacarezinho. As ações da Polícia Militar incluíram ainda revista aos moradores, mas ninguém foi preso. Há informações de que criminosos da área fugiram para outras favelas do Comando Vermelho, entre elas Nova Holanda, no Complexo da Maré.
Um dos procurados é Diogo de Souza Feitosa, DG, resgatado da 25ª DP (Engenho Novo). A ação foi a que motivou a cúpula da Segurança Pública a pacificar a região. Ele faz parte da lista dos 10 criminosos mais procurados da região. No entanto, o secretário José Mariano Beltrame afirmou que a operação não será uma caçada aos criminosos. “Nossa ideia é recuperar território e garantir a tranquilidade das pessoas. Não vamos fazer de um marginal um troféu”, garantiu ele.
Funcionários da Secretaria Municipal de Assistência Social também fizeram ontem operação na área. O órgão também vai participar da operação, amanhã. Eles recolheram 11 usuários de crack nas proximidades da estação de Manguinhos. Mas, duas horas depois, outros viciados na droga circulavam pela área.
Policiais vão a hospitais para dar brinquedos
O Dia das Crianças foi marcado por ‘ação policial’ em hospitais da Zona Norte do Rio. A razão: alegrar a vida de meninos e meninas internadas por diversos motivos. No lugar das armas, PMs carregavam 600 brinquedos para presentear os pequenos nos hospitais do Andaraí, Pedro Ernesto e Jesus, estes dois últimos em Vila Isabel. A iniciativa do 6º BPM (Tijuca) contou com doações PMs e moradores da região.
Segundo o tenente-coronel Márcio Rocha, esse foi o primeiro ano do projeto:
“Sempre que a população vê um aparato policial, acha que tem um problema. E hoje nos unimos para fazer crianças sorrirem”.
Internada para fazer tratamento renal, Raíssa de Lima, 8, não escondia a alegria com uma boneca na mão. “Quero um kit de beleza para boneca”, brincou.
Crianças que vivem em áreas com UPPs curtem o dia no Maracanã
Mais de quatro mil crianças de 28 comunidades pacificadas do Rio de Janeiro comemoraram o Dia das Crianças, ontem, em evento organizado pela Coordenadoria de Polícia Pacificadora, no Estádio de Atletismo Célio de Barros, no Maracanã.
Com atrações para todos os gostos, a garotada participou de várias atividades, desde oficinas culturais até disputas atividades esportivas, como atletismo, futebol e vôlei.
Já aqueles que preferiram ficar na plateia puderam assistiram apresentações circenses, além de shows de pagode e funk.
Acompanhado da esposa e do filho de 3 anos, o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, cumprimentou os mais de 150 policiais que trabalhavam no evento e fez questão de reforçar a parceria entre a comunidade e a polícia.
“Antes das Unidades de Polícia Pacificadora, existiam comunidades opostas que não podiam dividir o mesmo espaço (por causa da disputa de território por traficantes rivais). Agora, elas estão juntas com a polícia em um único evento. É esta integração que conquistamos a cada dia", contou o secretário.
Colaboraram Angélica Fernandes e Paloma Savedra