
No tabuleiro da baiana tem é caruru, vatapá e muito acarajé “pra ioiô” e também para as 250 mil pessoas que circulam no Calçadão de Campo Grande todos os dias. O gosto popular é uma das marcas do local, onde o comércio é sempre bem quente dentro e fora das lojas.

A partir das 17h, a temperatura sobe é na barraca da baiana Rosemeire Souza Correia, moradora da Praia da Brisa, em Guaratiba. Principalmente quando ela começa a fritar no azeite de dendê os acarajés de massa batida na hora. Uma receita de família.

- O segredo da baiana é botar o caldeirão no meio das pernas para mexer a massa - revela Rosemeire, baiana de Itabuna.
Ela aprendeu o ofício com a mãe.
- Mas foi meu pai que ensinou minha mãe a vender acarajé. Ele era do santo e tinha a obrigação de botar tabuleiro na rua. Quando se casaram, passaram a vender acarajés juntos - conta Rosemeire, filha de Oxum e Oxóssi.

As boas energias do quitute agrada a todos no calçadão. E desde que ela chegou ao Rio, há 10 anos.
- Daqui já saiu até casamento. O casal se conheceu comendo o meu acarajé. E passaram a vir sempre aqui. Brincavam de quem comia mais pimenta — conta a baiana.

Estátua humana e raizeiro
O movimento no Calçadão de Campo Grande só para mesmo quando os artistas de rua e da cultura regional entram em cena. No grupo está incluído o morador de Senador Camará Ualace (com U mesmo) da Costa Feitosa, de 25 anos, que trabalha como estátua humana desde os 17.
- A minha missão é levar alegria - ensina.
O personagem que usa para isso é o cowboy do “Toy Story”: ele distribui pirulitos às crianças e mensagens aos adultos.
- Já fiquei assim por 12 horas. Algumas pessoas mexem, fazem piada - observa.

Logo depois da estátua humana fica o raizeiro Juarez de Jesus, de 85 anos, que vende ervas, raízes e cascas, com um microfone preso à camisa. Ele trabalha na barraca dos índios caiapós, montada no calçadão há seis meses.
- Se isso aqui não funcionasse, como ia ter tanto cliente? - pergunta.
E tem mesmo. São dezenas de pessoas que tomam a mistura de raízes e cascas, feita na hora, e recomendada pelo pantaneiro Juarez para prevenir vários tipos de doença.

Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/zona-oeste/o-calcadao-de-campo-grande-reune-artistas-de-rua-da-gastronomia-popular-como-baiana-do-acaraje-6812524.html#ixzz2DGEqzsDS
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