Rio -  Investimentos em áreas como linhas de transmissão, medidores modernos, distribuição de energia e geração de eletricidade de fontes mais sustentáveis vão tornar Búzios a primeira “smart city” (cidade inteligente) da América do Sul. É o que pretende projeto em andamento na cidade da Região dos Lagos, conduzido pela Ampla. Ele inclui a instalação de medidores nos quais moradores poderão acompanhar quanto consomem por dia, para controlar melhor seus gastos.

A ampliação da iniciativa, que já foi lançada há alguns meses, foi detalhado recentemente. De acordo com coordenador do Cidade Inteligente Búzios, Orestes Castañeda, o balneário foi escolhido por ter o circuito elétrico independente e, claro, pela visibilidade por ser uma cidade turística — 700 mil estrangeiros a visitaram ano passado.
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Além de iniciativas pontuais, como geração de energia eólica e solar, e a instalação de lâmpadas de LED de baixo consumo em mais 90 pontos de luz — inclusive em pontos como a Orla Bardot e na Rua das Pedras —, o programa traz iniciativas na distribuição do “grosso” de energia da cidade, atividade fim da Ampla na região. O investimento total nas iniciativas é de R$ 40 milhões até 2014.

O ponto principal do projeto é chamado de ‘Smart Grid’ (Rede Inteligente) que dá informações aos consumidores quase que em tempo real, permitindo que eles organizem melhor o seu consumo. Atualmente, 222 “medidores inteligentes” já estão instalados.

A previsão é que até 2014, sejam mais de 10 mil. Os equipamentos são desenvolvidos em parceria com a italiana Enel e a Landis+Gyr Brasil.

Consumo controlado

Enquanto medidores novos esperam a homologação de órgãos reguladores, os antigos continuam operando. Mas os equipamentos mais recentes já geram informações sobre comportamentos de consumo, o que vai propiciar opções de tarifas diferenciadas de acordo com o horário.

E consumidores que tiverem placas fotovoltaicas e outras formas de geração de energia terão como vendê-la para a concessionária. Castañeda lembra que a demanda populacional em pontos concentrados vai crescer muito no Brasil. Por isso, diz, já existe o receio de problemas de abastecimento no País.

Ele afirma que a Ampla ganha dinheiro com o fornecimento de energia, mas precisa se preocupar com eficiência energética desde já. “É preciso evitar que a demanda cresça de maneira explosiva”, afirma ele.