Vida nova para as gigantes do mar
Projeto Tamar chega aos 15 milhões de filhotes de tartaruga marinha protegidos e consegue mudar a mentalidade do maior predador destes animais: o homem
POR FERNANDA PORTUGAL

Crianças veem de perto as tartarugas, se divertem e aprendem no Tamar | Foto: Fernanda Portugal / Agência O Dia
As tartarugas — gigantes na idade adulta — surgiram há 110 milhões de anos e sobreviveram até ao desaparecimento dos dinossauros. Hoje, porém, estão em risco de extinção. Mas a maré está mudando...
Até a década de 80, ‘tartarugueiro’ era o pescador que degolava as fêmeas na hora da desova, na praia. Tudo ia para a panela: a carne e os ovos. Hoje, ‘tartarugueiro’ é o fiscal do Tamar. “Mais vale uma tartaruga viva no mar do que morta no prato. Viva, ela dá emprego para mim e meus colegas”, resume Damião Nascimento, de Arembepe (Bahia), que nos anos 70 caçava tartarugas com o pai.
“Hoje, é quase zero o número de depredações de ninhos por pessoas. Entre as atuais ameaças estão atividades turísticas sem regulamentação, como os passeios com quadriciclos na areia, que podem danificar os ovos”, alerta Paulo Lara, biólogo que atua na sede nacional do Tamar, na Praia do Forte (Bahia).
DE CADA MIL, UMA SOBREVIVE
Todo ano, de setembro a março, as fêmeas saem do mar para desovar. A atual temporada não terminou e o Tamar já registrou o nascimento de 800 mil tartaruguinhas. A média é de 1,2 milhão por ano. “A cada mil, apenas uma chega à idade adulta, aos 30 anos”, explica Lara. No entanto, mesmo as que não sobrevivem são fundamentais, por serem a dieta de inúmeras outras espécies de animais, preservando assim a cadeia alimentar nos oceanos. Por isso, proteger as tartarugas é salvar o Planeta.
A ONG Fundação Pró-Tamar co-administra o projeto, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e patrocinado pela Petrobras, entre outras empresas.

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