segunda-feira, 3 de março de 2014

Sassaricando na Saara

Sassaricando na Saara

É no popular mercado carioca que a cantora e estrela de musicais Beatriz Rabello, filha de Paulinho da Viola, se prepara para o desfile de hoje pela Portela e anuncia seu primeiro CD

LEANDRO SOUTO MAIOR
Rio - Semana sim, outra também, Paulinho da Viola liga para a filha Bia, para juntos irem bater perna na Saara (a Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega, no Centro). “Ele me ensinou a gostar daqui, esses passeios são uma coisa muito nossa”, conta Beatriz Rabello, enquanto fuxica umas saias supercoloridas em uma lojinha no grande centro comercial a céu aberto. “Meu pai vem atrás de parafusos, coisas de marcenaria em geral, bateria de relógio... Ele coleciona um monte de coisas, adora isso. Eu gosto de fazer as bijuterias que uso, então aqui tem muita opção. Além de roupas para palco e, claro, coisas para fantasias de Carnaval.”
Na madrugada de amanhã, Bia entra na Marquês de Sapucaí com a Portela, escola do coração também de Paulinho. Mas a cabeça não sai de ‘Samba, Amor e Carnaval’, o primeiro CD que ela, que é cantora e integra a banda do pai, finaliza em estúdio para lançar este ano. Conforme o próprio título sugere, todos os sambas que Beatriz Rabello escolheu falam de amor e Carnaval. 
É no popular mercado carioca que a cantora e estrela de musicais Beatriz Rabello, filha de Paulinho da Viola, se prepara para o desfile
Foto:  Maíra Coelho / Agência O Dia
Paulinho dá força, inclusive gravou no disco a música ‘Só o Tempo’, de sua autoria, em dueto com a filha. Mas também está preocupado, e dá puxão de orelha: “Você está trabalhando muito! Faz teatro, faz não sei quantos bailes de Carnaval, pula Carnaval na rua e ainda vai desfilar na Portela! Claro que ia acabar caindo de cama!”, adverte o paizão, sobre o febrão de 39 graus que ela teve nos últimos dias. 
Bia é mesmo espoleta pura. Formada em Jornalismo, enquanto não estreia em disco, pode ser vista nos palcos no badalado musical ‘Sassaricando’, em cartaz no Theatro Net Rio, em Copacabana. Entre uma sessão e outra, encontra João Callado, produtor de seu disco. Um cara que, atesta Beatriz, dá corda para suas estripulias: “Entre inéditas e regravações, escolhi interpretar ‘Enredo do Meu Samba’, de Dona Ivone Lara e Jorge Aragão, que um produtor mais purista, daqueles defensores do samba de raiz, poderia torcer o nariz por ser mais do universo do pagode. Eu não tô nem aí... aliás, detesto esse termo ‘samba de raiz’!”, decreta. 
Determinada, além dos palcos, a intrépida Bia quer bater um bolão (com o perdão do trocadilho) também nos campos. Vascaína que nem o pai (“Lá em casa, torcer pela Portela e pelo Vasco não é opção”, diverte-se ela), matriculou-se em aulas de futebol. “Me machuquei no primeiro dia!”, resigna-se, aos risos. “Mas depois do Carnaval volto a praticar! Nem sou entendida em futebol, mas sou doida para jogar. Acho que é algum trauma de infância, porque tive asma e sempre era dispensada das aulas de Educação Física.” 
Aos interessados, a bela está solteira, e dá a dica: também adora dançar forró na Feira de São Cristóvão e curtir uma roda de samba no Beco do Rato ou no Trapiche Gamboa. “E amo as feijoadas na Portela!”, completa. “Nossa escola está com um samba lindo, estamos chegando para ganhar!”, promete, já com o coração apressado para entrar na Avenida.

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