Rio -  ‘Preciso desabafar: não aguento mais, não consigo andar, sinto sempre enorme peso no corpo. Não faço quase nada, estou me isolando, parece que estou perdendo tudo. Ando muito triste”. O desabafo de Cristiane Maria no Facebook revela o drama de vítimas da hipertensão arterial pulmonar.
A doença, crônica e incapacitante, estreitas vasos sanguíneos do pulmão e dificulta a respiração. Pode ter causas genéticas, em problemas cardíacos congênitos ou doenças, como esquistossomose.
Ana Caroline usa oxigênio todo dia. Com a forma grave da doença, ela precisa de pulmão e coração novos | Foto: Arquivo pessoal
Ana Caroline usa oxigênio todo dia. Com a forma grave da doença, ela precisa de pulmão e coração novos | Foto: Arquivo pessoal
O doente sofre com cansaço, dores no peito e nas costas e limitações a tarefas simples, como caminhar mais rápido ou subir escadas ou ladeiras. O agravamento pode levar á falência do coração.
Muitos usam oxigênio de tubos diariamente. É o caso de Ana Caroline Sousa, 20 anos. Ela teve a hipertensão arterial pulmonar diagnosticada há quatro anos. A jovem toma seis remédios por dia e precisa de transplante de coração e pulmão.
Estima-se que haja cerca de 6.000 a 9.000 portadores de HAP no Brasil. O tratamento exige grupo multidisciplinar, com pneumologistas, cardiologistas e reumatologistas à frente, além de enfermeiros e fisioterapeutas.
Embora oito remédios tenham sido aprovados pela Anvisa, apenas dois (Silnadefil, composto ativo do Viagra, e Iloprosta) são entregues pelo Sistema Único de Saúde.
Ainda assim, em alguns lugares, como Porto Alegre (RS), o Sildenafil não chega há mais de três meses e, no início da semana, uma paciente de São Paulo informava de atraso lá. O Ministério da Saúde alega que financia os medicamentos, mas a compra e distribuição aos municípios cabem às secretarias estaduais de Saúde.