São Paulo -  Você foi correr ou passou muitas horas na frente do computador, dirigiu se protegendo do calor com os vidros fechados e o ar-condicionado ligado. E há algum tempo anda com os olhos vermelhos, com sensação de ardência, coceira e um lacrimejar que incomoda. Cuidado. Você pode ser mais uma vítima da ‘Síndrome do Olho Seco’, que atinge cerca de 7 milhões de adultos brasileiros, 65% dos quais já diagnosticados, segundo estimativa do Instituto Kantar Health.
Lipener ressalta a importância de se fazer um diagnóstico correto | Foto: Luiz Fernando Menezes
Lipener ressalta a importância de se fazer um diagnóstico correto | Foto: Luiz Fernando Menezes
A síndrome se caracteriza pela deficiência da lubrificação da córnea, causada por problemas na produção da lágrima ou por fatores externos que provocam a evaporação. O modo de vida moderno contribui decisivamente. Diante das telas de computadores e smarthphones, piscamos menos e prejudicamos a lubrificação dos olhos.
A deficiência na lubrificação pode ser causada por outros distúrbios oftalmológicos, baixa umidade do ar, uso de lentes de contato, ambientes com ar-condicionado, entre outros fatores. Seja qual for a origem, o importante é buscar a orientação de um oftalmologista, como destaca o médico César Lipener, presidente da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratrometria (Soblec) e chefe do setor de lentes de contato da Escola Paulista de Medicina (Unifesp).
“É importante buscar o diagnóstico para usar o produto correto”, alerta o especialista. Ele diz que existem testes objetivos para testar a qualidade e a quantidade da lágrima.
Colírios, só com receita médica
Muitas vezes, as pessoas recorrem a remédios caseiros ou usam o colírio de ‘um amigo ou parente’, ou até outro indicado para uma conjuntivite anterior. “Esses produtos podem até prejudicar”, adverte o médico. Nem o soro fisiológico é recomendado, pois tem sal e conservantes que podem irritar ainda mais o olho.
Uma vez instalado o quadro de ‘olho seco’, o tratamento é feito com a aplicação de lubrificantes lacrimais artificiais. Existem vários produtos à base de sal sódico do ácido hialurônio, como o hylo-comod e hylo-gel, lançados recentemente. São colírios livres de prescrição médica que trazem como diferencial a embalagem projetada especialmente para impedir a contaminação. “Ele forma um filme de lubrificação e hidratação regular, estável e de longa duração na superfície ocular, que não é facilmente removível e não embaça a visão”, garante Eurico Correia, diretor médico da Pfizer.