Estados Unidos -  O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, expressou nesta terça-feira seu "enérgico" respaldo à proposta de proibir a venda de armas de assalto, assim como a uma nova legislação sobre o controle de armas, após o massacre de Newtown na sexta-feira passada, no qual morreram 28 pessoas, entre elas 20 crianças.
Presidente residente dos EUA, Barack Obama fala durante vigília das famílias das vítimas do massacre de Connecticut, EUA (14/12/2012) | Foto: EFE
Presidente residente dos EUA, Barack Obama fala durante vigília das famílias das vítimas do massacre de Connecticut, EUA (14/12/2012) | Foto: EFE
"O (presidente) está ativamente a favor da tentativa da senadora Diane Feinstein de reviver a proposta de reinstaurar a proibição das armas de assalto", indicou Jay Carney, porta-voz da Casa Branca em sua entrevista coletiva diária. Além disso, acrescentou que Obama "apoia e apoiaria uma nova legislação que encare o problema do chamado vazio legal das armas e outros elementos como os carregadores de ampla capacidade, por exemplo".
Os senadores democratas Dianne Feinstein e Chuck Schumer apoiaram no domingo a introdução de um projeto de lei sobre o controle de armas no Congresso dos EUA. Dianne anunciou que espera apresentar um projeto de lei assim que se constitua o novo Congresso a partir de janeiro. No entanto, Carney acrescentou que se trata de "um problema complexo que requer mais de uma solução".
"Exige não só reexaminar nossas leis sobre armas e como as aplicamos, mas também envolver os profissionais de saúde mental, funcionários de segurança, educadores, pais e as comunidades para encontrar estas soluções", acrescentou o porta-voz presidencial. Carney assegurou de novo que "está claro que como nação não fizemos o suficiente para encarar o aumento de violência das armas neste país".
Associação Nacional do Rifle mantém silêncio
A Associação Nacional do Rifle se mantém no mais absoluto silêncio desde o massacre de Newtown, na sexta-feira passada, um tempo durante o qual suspendeu a atividade de suas páginas na internet e no qual seus membros se recusaram a pronunciar-se sobre o assunto.
A maior e mais poderosa organização dos Estados Unidos que defende o direito a possuir e portar armas não atualizou seu site, não lançou nenhuma mensagem através de Twitter e sua conta no Facebook foi encerrada. "Até que não se esclareçam os fatos, não faremos nenhum comentário", foram as únicas declarações que o canal "CNN" conseguiu obter do porta-voz da NRA (sigla da associação em inglês), Andrew Arulanandam.

Veja imagens do massacre em Connecticut

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Homem entra em escola e mata crianças em Connecticut
Com mais de quatro milhões de membros, a NRA atua tradicionalmente como grupo de pressão perante as câmaras legislativas, tanto estaduais como federais, para impedir que prospere qualquer tipo de restrição ao direito reconhecido pela Constituição dos EUA. Um dos sinais mais chamativos do silêncio que a NRA mantém desde sexta-feira é o fechamento de sua conta na rede social Facebook, na qual apenas um dia antes do massacre a própria organização se orgulhava de ter reunido 1,7 milhões de "curtidas" dos usuários.
Por sua parte, a atividade na página site oficial da NRA e em sua conta de Twitter permanece totalmente suspensa desde o trágico tiroteio que na sexta-feira passada acabou com a vida de 28 pessoas, 20 delas crianças, na cidade de Newtown (Connecticut).
A última mensagem no Twitter corresponde ao dia 14 de dezembro, o mesmo dia do massacre, e, desde então, não houve uma só mensagem nova, quando a dinâmica anterior era de entre duas e quatro atualizações diárias.
Após o massacre de Newtown, o debate sobre uma hipotética modificação do direito a possuir e portar armas foi reaberto nos EUA, em um momento em que, segundo uma pesquisa divulgada ontem, mais da metade dos americanos apoia maiores restrições sobre a venda de armas.
Mais dois enterros
Newtown enterrou ontem outras duas crianças vítimas do massacre: James Mattioli e Jessica Rekos, ambos de 6 anos. Apenas os familiares puderam participar dos funerais, em um clima de consternação e dor.
Jessica gostava de cavalos e era “uma menina criativa, pequena e formosa, que adorava brincar com seus irmãozinhos, Travis e Shane”, relataram seus pais, Richard e Krista, em comunicado. Após ver o filme ‘Free Willy’, Jessica se transformou em uma amante da ‘pesquisa’ sobre as orcas e esperava ver uma de verdade algum dia. Em outubro, realizou seu sonho em uma viagem ao parque temático SeaWorld.
Já James foi descrito por seus pais, Cindy e Mark, como “um amigo enérgico, carinhoso com todos” , que “amava o beisebol, o basquete, a natação e brincar no iPad”. Dos 20 menores mortos no massacre, quatro já foram enterrados, depois que ontem foram realizados os funerais de Jack Pinto e Noah Pozner, ambos também de 6 anos.