sábado, 1 de março de 2014

Ausência de Nadal deixa arquibancadas vazias e dá prejuízo ao Brasil Open

Ausência de Nadal deixa arquibancadas vazias e dá prejuízo ao Brasil Open

Movimento dentro e fora do Ibirapuera em 2014 são inferiores ao ano passado. Rio Open e calendário também pesaram

IG
São Paulo - Em 2013, a presença de Rafael Nadal encheu as arquibancadas do Ginásio do Ibirapuera para o Brasil Open de tênis. Grande atração do torneio, o espanhol fez jus à expectativa e levou o bicampeonato. Porém, o número 1 do mundo não veio a São Paulo em 2014 ano, e a diferença dentro e fora do complexo ficou evidente.
A presença do público paulista diminuiu bastante. Se em 2013 as arquibancadas estavam totalmente preenchidas e as pessoas se espremiam para ver os jogos até nas escadas, neste ano sobram buracos. Apenas as partidas realizadas no período noturno, que fecham a programação, contam com bom público. Mas nada que se aproxime dos jogos que contavam com Nadal na edição passada.
Brasil Open sofre com arquibancadas vazias
Foto:  Mauricio Nadal / iG
Paulo Pereira, ex-árbitro da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) e diretor do Brasil Open, admitiu, em entrevista ao iG, que os números estão ruins em comparação ao ano passado, mas que já esperava pela queda na venda de ingressos. “Vamos esquecer o ano passado, porque os números são totalmente diferentes. Não vamos chegar nem perto daquilo. A realidade é que Nadal, Federer e Djokovic chamam um público grande, seria outro tipo de torneio”, diz Pereira.
Reflexo disso pode ser visto também na parte de fora do Ibirapuera. A falta de público traz consequências no consumo de comidas e bebidas na lanchonete do complexo. “Tem pouca gente, e o pessoal que vem não gasta nada. Caiu de 50% a 60% com relação aos mesmos dias do ano passado”, avalia Paula Portes, funcionária do caixa da lanchonete do Ibirapuera.
Os arredores também sofrem com a pequena presença de público. O posto, que fica em frente a uma das entradas do Ibirapuera, também tem menos movimento. “Na conveniência, o rendimento foi bem melhor no ano passado, justamente quando o Nadal veio para cá. Era bastante movimentada e muito cheio. Vão trazer o Nadal de novo no ano que vem?”, brincou Elaine Silva, que trabalha na loja de conveniência do posto.
Em 2013, Nadal passava por um processo de retorno às quadras, depois de sete meses fora por uma lesão no joelho esquerdo. Vinha de um vice em Viña del Mar, no Chile, e chegava ao Brasil sob desconfiança. O Brasil Open de 2013 foi o primeiro título na volta de Nadal ao circuito. De lá para cá, o espanhol colecionou triunfos, com destaque para Roland Garros e US Open, e retomou o posto de número 1 do mundo.
Além disso, o Brasil Open é um torneio 250 da ATP, que contabiliza 250 pontos no ranking para o campeão. Porém, em 2014 o país começou a sediar o Rio Open, da série 500, que terminou no último domingo. O espanhol optou pelo torneio carioca, foi campeão e somou o dobro de pontos que levaria com o título em São Paulo. Para piorar, o torneio paulista concorre com outras dois ATPs 500 nesta semana: Acapulco e Dubai, ambos no saibro. As competições reúnem setes jogadores top 10 e distribuem premiações maiores.
Enquanto no Brasil se distribui US$ 474 mil (R$ 1,1 milhão) em prêmios, no México o valor é de US$ 1,3 milhão (R$ 3 milhões), e em Dubai é de US$ 1,93 milhão (R$ 4,5 milhões).
“O começo foi muito ruim mesmo. A concorrência com o torneio do Rio afetou em princípio, porque no ano passado nós tínhamos o Nadal e os números em termos de público foram sensacionais. Você não consegue convencer o público de que ter Haas e Almagro é igual a ter o Nadal. Não dá”, afirmou o diretor do Brasil Open.
Além dos brasileiros Bruno Soares e Thomaz Bellucci, o alemão Tommy Haas, 12º do mundo, e Nicolas Amagro, o 18º do ranking, são as atrações do torneio paulista. No entanto, a ausência de um top 10 como Rafael Nadal determina a pequena presença de público no Brasil Open.
Reportagem: Mauricio Nadal
    Tags: Rio Open , Nadal

    Nenhum comentário: