sábado, 1 de março de 2014

Série A: Inocentes e Tuiuti fazem os melhores desfiles da primeira noite

Série A: Inocentes e Tuiuti fazem os melhores desfiles da primeira noite

Porto da Pedra e Império Serrano também são destaques. Acadêmicos da Rocinha decepciona e lutará para não ser rebaixada para o Grupo B

RAPHAEL AZEVEDO
Rio - Inocentes de Belford Roxo e Paraíso do Tuiuti fizeram os melhores desfiles da primeira noite da Série A. Porto da Pedra e Império Serrano brilharam e também foram destaques. Já a Acadêmicos da Rocinha teve muitos problemas, decepcionou, e lutará para não ser rebaixada para o Grupo B. No total, oito agremiações passaram pela Sapucaí nesta sexta-feira. Hoje, as outras nove integrantes da Série A vão se apresentar. Apenas a campeã subirá para o Grupo Especial. Três escolas serão rebaixadas para o Grupo B.
A Em Cima da Hora abriu a noite em grande estilo e emocionou o Sambódromo com a reedição do clássico "Os Sertões." Vinda da Intendente Magalhães, a azul e branco de Cavalcanti surpreendeu com um desfile à altura da tradição da escola e reparou a tragédia ocorrida em 1976, quando acabou rebaixada por causa da chuva. Apesar de não ter rendido tudo o que poderia, o samba embalou os componentes e empolgou o público. Criativa e ousada, a comissão de frente foi bastante aplaudida pelas arquibancadas. Lendário compositor da Em Cima da Hora, o veterano Baianinho marcou presença e desfilou com camisa de diretoria.
Mulher Filé foi a rainha de bateria da Em Cima da Hora, que foi uma agradável surpresa
Foto:  Fabio Gonçalves / Agência O Dia
A União de Jacarepaguá foi a segunda da noite e entrou na Avenida com uma homenagem à cultura africana e aos Iorubás. Plasticamente, pode-se dizer que foi a melhor exibição da verde e branco dos últimos anos. Mérito do carnavalesco Jorge Caribé, que mais uma vez provou que é craque quando o assunto é enredo afro. O resultado poderia ser melhor ainda se houvesse iluminação nas alegorias, algo que não foi visto em nenhum dos carros da escola. Problemas, no entanto, foram observados na evolução dos componentes e no acabamento das fantasias.

Muitos problemas na Rocinha 
A Acadêmicos da Rocinha foi a pior da noite. Com um enredo que exaltou a Barra da Tijuca, a agremiação de São Conrado sofreu com alegorias inacabadas e pobres, e fantasias muito simples. Com isso, a leitura do tema ficou extremamente prejudicada. O drama só não foi maior por causa da brilhante atuação da bateria de mestre Maurão, que deu show. O intérprete Leléu também foi muito bem e garantiu a animação dos componentes.
Rocinha fez o pior desfile do primeiro dia. Escola decepcionou com alegorias pobres e inacabadas
Foto:  Ernesto Carriço / Agência O Dia
A Renascer de Jacarepaguá veio em seguida com uma homenagem ao cartunista Lan. Aos 89 anos, o artista veio como destaque do último carro e arrancou aplausos. Composto sob encomenda por Moacyr Luz e Claudio Russo, o belo samba-enredo foi o ponto alto da apresentação, assim como o trabalho dos intérpretes Diego Nicolau e Evandro Malandro. No entanto, a escola da Zona Oeste ficou devendo no quesito alegorias e adereços. Falhas de acabamento grosseiras foram observadas em pelo menos dois carros, o que prejudicou bastante o conjunto. Além disso, a Renascer estourou em um minuto o tempo máximo permitido (55 minutos), e perderá um décimo conforme prevê o regulamento.

Porto da Pedra encanta com homenagem  
A Porto da Pedra foi a quinta escola a passar pela Sapucaí. Contando a história dos casais de mestre-sala e porta-bandeira, o Tigre de São Gonçalo emocionou ao reverenciar diversos ídolos do passado e do presente. Nomes como Vilma Nascimento, Dóris, Maria Helena, Selminha Sorriso e Carlinhos de Jesus abrilhantaram a festa e tornaram a noite mais especial. Leandro Valente, que em seu segundo ano como carnavalesco mostrou mais amadurecimento, merece os créditos por ter apostado num enredo inédito e alta relevância cultural. A leitura de algumas alas poderia ser mais clara, no entanto, a Porto da Pedra foi bem e mostrou que está no caminho certo.
Detalhe da alegoria do Paraíso do Tuiuti, que reeditou 'Kizomba'. Escola foi uma das melhores da noite
Foto:  Severino Silva / Agência O Dia
Reeditanto "Kizomba, Festa da Raça", a Paraíso do Tuiuti levantou as arquibancadas e fez um grande desfile. O samba que fez a Vila Isabel ser campeã em 1988 ajudou bastante a escola de São Cristóvão, que levou carros bem decorados e de fácil leitura. Em sua estreia na Tuiuti, o carnavalesco Severo Luzardo esbanjou talento e beleza mesmo trabalhando numa ideia já consagrada.
Sétima agremiação da noite, a Inocentes de Belford Roxo, que foi rebaixada do Grupo Especial no último ano, deu um banho de luxo e requinte nas alegorias e mostrou que brigará pelo título. Concebidos pelo carnavalesco Wagner Gonçalves, os carros e fantasias contaram a - até então desconhecida - história da cantora Joaquina Lapina com muito capricho e bom gosto. A comissão de frente de Patrick Carvalho foi outro ponto alto.
Inocentes levou abre-alas imponente e de extremo bom gosto para Sapucaí
Foto:  Ernesto Carriço / Agência O Dia
A maratona foi encerrada com a passagem do Império Serrano, que levou para a Passarela um enredo sobre a cidade de Angra dos Reis. Problemas de evolução comprometeram um pouco o início do desfile da agremiação, que ainda entrou na pista com o abre-alas soltando muita fumaça para desespero de diretores e bombeiros.
Em seu primeiro trabalho como carnavalesco da verde e branco, Eduardo Gonçalves demonstrou personalidade ao tentar mudar o estilo do Império nas alegorias e fantasias com uso de cores mais vibrantes. Os carros, porém, pecaram por algumas falhas de acabamento. Já a atuação da bateria de mestre Gilmar foi arrebatadora e empolgou o público com um verdadeiro show. Nota 10!
Bateria do Império Serrano deu um verdadeiro show e arrebatou a Avenida
Foto:  Severino Silva / Agência O Dia


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