sábado, 12 de julho de 2014

O mea-culpa no jogo inútil

O mea-culpa no jogo inútil

Seleção brasileira encara a Holanda no Mané Garrincha

O DIA
Rio - E não é que Felipão reconhece, com inacreditável atraso, que errou redondamente na escalação contra a Alemanha? Na nova formação contra a Holanda, ele devolveu Bernard à reserva de onde jamais deveria ter saído, reforçou consideravelmente o meio-campo e, de quebra, barrou Fred, que foi um poste durante a Copa. Mas esse time mais equilibrado também serve para que Felipão jogue para a galera os jogadores mais vulneráveis, responsabilizando-os pelo fracasso. Fernandinho, Fred e até Hulk saíram como os principais vilões.
Mas a grande barração seria mesmo a do próprio Felipão e isso será uma questão de tempo. Nesse rescaldo final, ninguém está muito interessado no que vai acontecer hoje em Brasília. Se o Brasil ganhar, nada irá significar, e se perder, será mais uma razão para críticas. Mas Van Gaal está certíssimo quando vem dizendo, já há 16 anos, que esse jogo deveria ser cancelado pela Fifa. Uma dúvida é saber até onde o público de Brasília terá paciência para aturar essa Seleção.
Felipão admitiu equívocos contra a Alemanha
Foto:  André Luiz Mello
A INTERVENÇÃO
É bem possível que o Ministro Aldo Rabelo fale de uma espécie de intervenção federal na CBF como uma figura de retórica para acalmar o torcedor (e eleitor). É salutar que o Governo se preocupe com os feudos do esporte e que lute por uma mudança. Mas a evolução só poderá ser feita por lei sancionada pelo Congresso proibindo, por exemplo, o continuísmo nas federações e na CBF. A partir daí haveria renovação e novos ares. Mas sem controle direto do Governo.
A VISITA
Embora Neymar tenha se comportado de forma impecável em sua visita à Granja, mostrando incrível maturidade para sua idade, não há dúvida de que ele foi usado pelos cartolas e pela comissão técnica. Além de castigado por inúmeros tapinhas nas costas, sua presença serviu para tirar o foco do vexame sob pretexto de solidariedade à ‘família’ em crise. Não se sabe se ele teve noção disso mas, de qualquer forma, aceitou e ponto final. Ele foi um fantoche para interesses políticos.
O HOMEM-CHAVE
As chances da Argentina para a grande decisão de amanhã dependem muito das condições de Di María.Ele deve jogar, mas a dúvida é saber se poderá render normalmente. Em caso positivo, a Argentina estará muito reforçada no seu contra-ataque e Messi terá o seu escudeiro para tentar conquistar o sonhado título. Seria até bom para a final que um craque da categoria de Di María jogasse de forma íntegra para que houvesse uma equilibrada medição de forças.
Robben afirmou que a Alemanha será campeã do mundo
Foto:  Carlos Moraes
MENOS, ROBBEN
Robben está em qualquer seleção que se faça nessa Copa mas poderia se poupar de fazer previsões sobre futebol porque ele, macaco velho, sabe perfeitamente que surpresas estão em cada esquina. Ele está certo sobre o favoritismo alemão, mas não pode achar que o jogo está ganho de véspera. A Argentina virá cautelosa, traiçoeira, tem os seus trunfos e quem tem um supercraque como Messi merece sempre receio máximo. Uma vitória argentina não chegaria ser zebra.
PASSADO E FUTURO NO DRAMA DA HUMILHAÇÃO
Já tem gente por aí dizendo que, com o fracasso do meio-campo, nomes como Ronaldinho Gaúcho, Kaká e até Ganso e Robinho poderiam ter sido lembrados. Claro que, em tese, com o talento de um deles, teríamos uma opção técnica melhor, mas eles estavam muito mal nos últimos tempos e não se pode culpar Felipão. No futuro, a presença do treinador é, além de absurda, impossível. Não adianta Del Nero falar bobagem porque ele será atropelado pelos fatos.

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