Viúvo de estudante morta na frente da filha publica carta: 'Amei e fui amado'

Enterro de Jaqueline Madeira do Nascimento reuniu dezenas de pessoas em Irajá | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Anderson revelou que os dois se conheceram ainda na infância - ela com 2 e ele com 7. Eles começaram a namorar quando ela tinha 19 anos. Na carta, o viúvo lembra que o casal contruiu um casa e enfrentou muitas dificuldades. "Passamos até por necessidades de alimentos, mas sempre estivemos juntos", escreveu.
O bombeiro pediu que orações para a universitária. "Meus amigos, dediquem um minuto e façam uma oração pedindo paz e tranquilidade nesta nova jornada que ela atravessa". Anderson encerra a carta homenageando a esposa.
"Eu estou feliz porquê amei e fui amado, porquê tentei dar de tudo para ela e sei que ela mesmo sem fazer força ela foi muito melhor que eu. Que a paz de nosso Divino Deus esteja com você meu grande amor. Te amo para sempre".
Confira a carta na íntegra
Confira a carta na íntegra
Amigos, eu tive a oportunidade de encontrar um anjo que se apresentou como gente na minha vida. Nos conhecemos ainda na infância ela com 2 e eu com 7, o mundo deu voltas e quando ela tinha 19 começamos a namorar, em 2005 ficamos sabendo que a Rafinha estava chegando e marcamos o casório.
Não tínhamos nada e ela me ajudava a subir os tijolos com uma barriga de 3 meses. Fizemos nossa casa, e neste tempo moramos num quarto e depois numa meia água. Partimos pra dentro com apenas um quarto e banheiro e depois fomos fazendo as outras paredes, a Rafa já estava com uns 3 ou 4 meses.
Não tínhamos nada e ela me ajudava a subir os tijolos com uma barriga de 3 meses. Fizemos nossa casa, e neste tempo moramos num quarto e depois numa meia água. Partimos pra dentro com apenas um quarto e banheiro e depois fomos fazendo as outras paredes, a Rafa já estava com uns 3 ou 4 meses.
Montamos nossa empresa e em 2007 terminamos nossa casa e em 2008 quebramos e passamos até por necessidades de alimentos, mas sempre estivemos juntos. Em Outubro de 2008 ela me indicou para prestar serviços na empresa onde trabalhava e começamos a prosperar novamente.
Tínhamos planos para os próximos 10 anos e ela era a única pessoa que sempre soube todos os passos, eu falava que se eu morresse ela iria tocar tudo e fazer o futuro das meninas (a Gabi chegou em 2010).
Tínhamos planos para os próximos 10 anos e ela era a única pessoa que sempre soube todos os passos, eu falava que se eu morresse ela iria tocar tudo e fazer o futuro das meninas (a Gabi chegou em 2010).

Anderson Costa, viúvo de Jaqueline, foi amparado por amigos durante enterro | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Eu estou feliz porquê amei e fui amado, porquê tentei dar de tudo para ela e sei que ela mesmo sem fazer força ela foi muito melhor que eu. Que a paz de nosso Divino Deus esteja com você meu grande amor. Te amo para sempre.
Cena traumática
Jaqueline dirigia um Ford Fiesta quando foi abordada por bandidos em dois carros: um Meriva e um Chevette. Teriam sido disparados cinco tiros, sendo que dois teriam atingido a vítima. Segundo o bombeiro, Jaqueline foi atingida de raspão no braço e a outra bala teria atravessado o peito e saído no ombro, causando sua morte.

Foto: Reprodução Internet
Segundo o marido, ela foi assassinada enquanto colocava o carro na garagem. “Estávamos na sala conversando, então ela disse que precisava tirar o carro da rua e colocá-lo na garagem. Eu fui para a casa do meu pai, na mesma rua, com a nossa filha mais velha. Minha mulher levou a mais nova. Ouvi tiros e saí correndo para ver o que tinha acontecido”, contou. Ele diz que ao chegar ao local encontrou a mulher cheia de sangue. A menina não foi ferida, mas viu a mãe ser morta e está muito abalada.
Anderson tirou a mulher do carro e decidiu levá-la para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Irajá, onde ela já chegou morta. O caso será investigado pela Divisão de Homicídios.
'Minha filha está muito assustada'
O marido de Jaqueline, Anderson, não sabia dizer o que teria motivo os bandidos a atirarem na jovem. “No princípio, achei que fosse tentativa de assalto, mas eles não levaram o carro, nada. Não sei dizer por quê atiraram nela. Eles viram que tinha mulher e criança no carro, pois a janela estava aberta. Não tenho inimigos, ela muito menos. Foi crueldade”, lamentou.
Até a tarde deste domingo, Anderson não havia dado a notícia da morte de Jaqueline às filhas. “A pequena, que estava no carro com ela, ainda está muito assustada. Para a mais velha, de 7 anos, estamos dizendo que a mãe está no médico”, explicou ele.
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