Rio -  Além de Eduardo Paes, o único prefeito que tomou posse ontem na presença do governador Sérgio Cabral foi o de Niterói. Rodrigo Neves é o petista mais forte para se contrapor à influência do senador Lindbergh Farias no partido. Fortalecê-lo é estratégico para a candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão ao governo do estado pelo PMDB em 2014. A pré-candidatura do senador petista é a maior ameaça a Pezão.

Lindbergh não foi ao Solar do Jambeiro para a transmissão de cargo de Jorge Roberto Silveira para Rodrigo, marcada por uma rasgação de seda entre Cabral e o prefeito. Em discurso, o governador disse que Rodrigo fará um “show de gestão” e será, “sem medo de errar”, o melhor prefeito de Niterói. Cabral estava acompanhado por Pezão e pelo secretário da Casa Civil, Régis Fichtner.
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Jorge Roberto transmitiu o cargo a Rodrigo Neves contrariado com informações de falta de dinheiro em caixa na prefeitura, as quais refutou | Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Rodrigo fez elogios à gestão de Cabral, a quem atribuiu a elevação do Rio no patamar de investimentos, como no pré-sal, na indústria siderúrgica e na área do entretenimento. “Isso é resultado de muita dedicação da equipe liderada pelo governador Sérgio Cabral”, afirmou.

Empossado na Câmara dos Vereadores, o prefeito declarou que contará com o apoio do governo estadual para as primeiras medidas. Entre elas estão a reabertura do hospital de emergência pediátrica Getulinho, prevista para amanhã, as obras na Avenida do Contorno, a ampliação do sistema de barcas e o aumento da ordem pública nas ruas. “Vamos tirar Niterói do isolamento político e administrativo, realizando as obras que acidade precisa.” Neves quer reduzir a dívida de R$ 433 milhões, com a eliminação de dez secretarias e 1.100 cargos comissionados. Ele suspendeu o aumento da tarifa dos ônibus, que passariam hoje de R$ 2,75 para R$ 2,90 para os ônibus comuns, e de R$ 3,05 para R$ 3,30 para os veículos refrigerados.

Ex-prefeito nega dívida com servidores

O ex-prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira (PDT), refutou a informação de que a prefeitura não teria dinheiro em caixa para quitar os salários de dezembro de pelo menos 50% dos servidores. De acordo com Silveira, é normal que metade dos funcionários sejam pagos até o dia 5 do próximo mês e que a dívida previdenciária de Niterói teria sido acumulada em gestões anteriores. Disse ainda que o novo prefeito, por ter apoio dos governos estadual e federal, terá mais condições de reverter o quadro. “A prefeitura depende de verbas de fora”.
Reportagem de Constança Rezende