Rio -  Uma das novas estrelas do parlamento carioca, o ex-prefeito do Rio e agora vereador da cidade, Cesar Maia (DEM) tomou posse no final da manhã de ontem na Câmara ao lado dos 50 novos colegas. Apesar de ter sido a mesma solenidade que empossou o prefeito Eduardo Paes (PMDB) e o vice-prefeito Adilson Pires (PT), Cesar não ficou no plenário para ouvir o discurso do prefeito reeleito.

Conforme sua assessoria, o democrata se ausentou para levar a neta ao aeroporto. Na entrevista coletiva, Eduardo Paes não se fez de rogado: “Não sei, não reparei”, respondeu o prefeito ao ser indagado se havia percebido que Cesar não assistiu a sua posse.
Foto: André Mourão / Agência O Dia
Eleito vereador pela primeira vez, Cesar votou na única chapa que se apresentou para comandar a Câmara, encabeçada por Jorge Felippe, aliado do prefeito | Foto: André Mourão / Agência O Dia
Ex-mentor político do prefeito, aos 67 anos, Cesar Maia é apontado como um dos líderes da oposição ao governo municipal. Ontem, porém, votou a favor da composição da Mesa Diretora da Casa, presidida de novo pelo vereador Jorge Felippe, do PMDB, e forte aliado de Eduardo Paes.

Chapa única, a composição da Mesa Diretora recebeu 47 votos a favor e quatro contra, todos do Psol. O partido que dobrou sua bancada na Câmara, bem que tentou lançar uma candidatura de oposição ao grupo de Jorge Felippe, mas não conseguiu reunir os sete nomes necessários para compor uma chapa.

De acordo com o também novato na Casa, vereador Jefferson Moura (Psol), o partido de oposição não cogitou aceitar a proposta de assumir a segunda vice-presidência da Casa, convite feito por Jorge Felippe ao vereador Eliomar Coelho. “Tentamos reunir os partidos de oposição PSDB, DEM, PR mais o Psol. Mas não foi possível ter os sete nomes, então optamos por votar contra”, explicou Moura.

Na falta de concorrência, a disputa ficou por conta dos vereadores da base aliada a Paes Dr. Jairinho (PSC) e Luiz Carlos Ramos (PSDC), ambos querendo a primeira secretaria, responsável pela administração e pela indicação das diversas diretorias da Casa.

Antes de a sessão iniciar, Luiz Carlos contava obter 26 votos. Para não perder o cargo, Dr. Jairinho mobilizou caciques do PMDB, como Jorge Picciani. Por cerca de uma hora e 20 minutos, os dois parlamentares disputavam o apoio dos demais vereadores para assumir a função desejada. Ao final, Dr. Jairinho levou a melhor e se manteve no cargo que já lhe pertencia. Como prêmio de consolação, Ramos ganhou a primeira vice-presidência Casa.
Foto: André Mourão / Agência O Dia
Foto: André Mourão / Agência O Dia
Promessas

Ao dar posse ao seu secretariado, no Palácio da Cidade, o prefeito Eduardo Paes anunciou metas arrojadas para serem cumpridas até 2016.

Paes prometeu a construção de 50 mil casas para população de baixa renda; desenvolver o programa Morar Carioca para 150 mil moradias em bairros e favelas; reduzir em 50% a população que vive abaixo da linha da pobreza; construir 70 clínicas da família; elevar para 65% a população que se movimenta por transporte de alta capacidade; e atingir 70% dos cariocas com os serviços básicos de saúde.

Quando assumiu a Prefeitura do Rio, em 2009, Paes também fez uma série de promessas, nem todas cumpridas nos quatro anos de governo.

No primeiro mandato, Paes colocou a Cidade da Música, projeto iniciado na gestão de Cesar Maia, nas principais medidas para 2009. Disse que instalaria uma auditoria, para já em 2010, reabrir o espaço, o que não aconteceu. Agora, com o nome de Cidades das Artes, o local deverá ser aberto amanhã com o musical sobre o ‘Rock in Rio’, como evento teste.

Paes também anunciou que lançaria o Pró-Técnico para oferecer bolsas-auxílio em cursos técnicos, o que não ocorreu. Apesar de prometer a ampliação da rede de vilas olímpicas, Paes só deu continuidade às obras que já estavam em andamento. Ampliar o programa Remédio em Casa para pacientes crônicos foi outra promessa não cumprida.