Estados Unidos -  Um americano que doou esperma para um casal de lésbicas ter um filho virou réu num processo inusitado, movido pelo Estado do Kansas: se condenado, terá de assumir a paternidade da criança e pagar pensão. William Marotta, 46 anos, assinou acordo com Jennifer Schreiner e Angela Bauer pelo qual ele não seria considerado pai do bebê, nem responsável financeiro por ele. Mas como atualmente a menina de 3 anos e as duas mães passam por dificuldades financeiras, o governo do estado entrou com a ação.
Jennifer e Angela poderão ser beneficiadas se Marotta for condenado | Foto: Reprodução
Jennifer e Angela poderão ser beneficiadas se Marotta for condenado | Foto: Reprodução
Na audiência, marcada para o próximo dia 8, Marotta vai requisitar ao tribunal que retire o processo, baseado em uma lei estadual do Kansas. Esta legislação afirma que, para que o doador fique livre de quaisquer obrigações financeiras, o esperma deve ser entregue a clínicas especializadas em fertilização. Marotta, porém, deu um recipiente de sêmen diretamente para Jennifer e Angela, que fizeram contato com ele pela internet.
De acordo com a petição apresentada na Justiça, o Kansas está buscando o pagamento de pensão, incluindo cerca deUS$ 6 mil em despesas médicas relacionadas ao nascimento da criança. “Isso foi totalmente inesperado. A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi que nenhuma boa ação fica impune”, declarou Marotta.
Para a diretora do Centro Nacional de Direitos Lésbicos, Shannon Minter, o fato pode ter efeito negativo sobre a disposição de outros homens em ajudar casais homossexuais que precisem de um doador.