São Paulo -  Do lado de dentro da prefeitura de São Paulo, 1.500 convidados assistiram à cerimônia de transmissão do cargo ao prefeito eleito Fernando Haddad (PT). Do lado de fora do palácio, uma multidão acompanhou por meio de um telão a cerimônia, na região central da capital paulista. Em seu discurso, Haddad afirmou que o modelo adotado na administração há 80 anos precisa ser renovado.
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Momento de desconforto na cerimônia de posse: Haddad recusa a caneta oferecida por Kassab e saca do bolso sua ‘arma’ para assinar o livro | Foto: Folhapress
Haddad, que venceu o candidato José Serra no segundo turno com 55,57% dos votos válidos, relembrou a importância econômica de São Paulo para o país, dizendo que acidade produz R$ 1 de cada R$ 8 produzidos no Brasil. “Será que estamos retribuindo à cidade tudo o que ela faz para o desenvolvimento do estado e do país?”. Ele aproveitou para destacar a importância das mulheres em sua gestão, não só com a presença da vice-prefeita Nádia Campeão, mas também das cinco secretárias que assumiram ontem, com destaque para as pastas consideradas estratégias: Controle Urbano, agora chefiada por Paula Motta Lara, e Planejamento, gerida pela economista Leda Paulani. Sob aplausos, o prefeito também anunciou a criação da Secretaria Municipal da Mulher.

Haddad prometeu apoio à produção de conhecimento escultural, com destaque para a USP. Ao fim da cerimônia, o prefeito, acompanhado da vice-prefeita Nádia Campeão, subiu em um palanque do lado de fora da prefeitura para falar com as pessoas que assistiram à posse nas ruas.

Dívida com União é ‘pedra no sapato’

Durante seu discurso de despedida do cargo, o prefeito Gilberto Kassab enfatizou um dos maiores desafios da gestão de Fernando Haddad: o pagamento da dívida com a União. “Essa é uma dívida impagável, que gera mais de R$ 4 bilhões de gastos por ano para a prefeitura”, afirmou Kassab, que ofereceu sua caneta para Haddad assinar o termo de posse, mas o petista recusou.

Haddad afirmou que prezará pelo diálogo com os governos estadual e federal, independente de partidos ou crenças. Em seguida, enfatizou: “Não recusarei um centavo sequer dos governos do estado ou federal, que forem de direito da cidade de São Paulo”.
Reportagem de Juliana Ribeiro