Rio -  Maria Elisa conta que nunca teve problema em puxar papo para oferecer àsamigas e conhecidos os óculos de sol que vendia no início de sua carreira nas areias. Mas garante que não fazia o tipo de vendedora que tentava convencer o cliente a todo custo. Atualmente, aos 28 anos, seu negócio é mesmo jogar vôlei de praia.

A bela jogadora já tem os Jogos de Londres (2012) no currículo e agora festeja o início de uma parceria com Juliana, medalhista olímpica de bronze. Com apenas 10 dias de treino, a nova dupla ganhou a etapa de Fortaleza do Circuito Brasileiro, há uma semana.

“Foi muito proveitoso. Mesmo sendo muito pouco tempo de treino, fizemos de tudo para que a gente se ajustasse. Apesar de deixar a desejar na parte de grupo, tentamos dar o melhor em quadra individualmente”, diz Maria Elisa.
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Maria Elisa projeta sucesso com nova companheira | Foto: Divulgação
Por conta da nova parceria, ela se mudou para Fortaleza. Mas passou a última semana no centro de treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei, em Saquarema, treinando com a Seleção de praia.

Nascida em Resende, Maria Elisa começou a jogar na quadra aos 10 anos e teve passagens por Osasco e Flamengo. Sete anos depois, descobriu o talento na praia ao jogar um torneio nas areias em Angra dos Reis. “Decidi tentar me profissionalizar no Rio e as coisas foram acontecendo até chegar à Olimpíada”, resume ela, que disputou os Jogos de Londres com Talita, mas foi eliminada nas oitavas de final.

Ao se mudar para o Rio para tentar a carreira nas areias, Maria Elisa morou na casa de uma tia, no Recreio, e contou com uma ajuda preciosa para treinar em Ipanema: o motorista de van Paulinho. “Ele via que eu pegava o ônibus e que não tinha dinheiro e passou a me dar carona todos os dias para os treinos”, recorda.

Para se manter no esporte e disputar o Circuito Brasileiro, ela vendeu óculos de sol e também lingerie: “Oferecia para amigas, falava que estava vendendo e, nas etapas, eu levava os óculos”.

Segundo ela, o seu jeito comunicativo ajudava na hora das vendas: “Isso aí não é problema (risos). Mas eu nunca fui de ficar convencendo porque sempre odiei que fizessem isso. Eu puxava papo, as pessoas viam que eu estava precisando e aí compravam”.