terça-feira, 6 de maio de 2014

Estoril-Belenenses, 1-1 (crónica)

Sorrisos azuis e amarelos

Por Ricardo Gouveia       ontem às 20:02
Estoril-Belenenses, 1-1 (crónica)
Um choque entre equipa descomprimida em ambiente de festa e outra extremamente necessitada resultou num belo espetáculo e um empate com toda a gente a terminar a sorrir. Uns mais do que outros, evidentemente. O Belenenses conquista um ponto que lhe permite continuar por cima do Paços e Olhanense e a acreditar que vai continuar entre a elite, enquanto o Estoril festejou o regresso, já garantido, pelo segundo ano consecutivo, à Liga Europa. Foi bonita a festa na Amoreira, com um António Coimbra da Mota a abarrotar em tons de azul e amarelo com quase cinco mil adeptos.

Um grande jogo com a equipa de Lito Vidigal a sofrer um «upgrade» de vontade e querer e a dar tudo o que tinha para equilibrar e suplantar a qualidade de um Estoril que já não precisa de convencer ninguém. A equipa do Restelo entrou de dentes arreganhados e, desde o primeiro minuto, foi percetível, que Lito Vidigal conseguiu implementar o «chip» que hoje era tarde de tudo ou nada. Sem modificar a sua estrutura habitual, com dois médios defensivos, Vidigal, como já tinha feito contra o Sporting, soltou o capitão Fernando Ferreira para apoiar o ataque, ladeado por João Pedro e Miguel Rosa nas alas no apoio a Deyverson.

O Estoril, por seu lado, também se manteve fiel ao habitual 4x3x3, mas com Emídio Ferreira no lado esquerdo da defesa e Ricardo Ribeiro a render o castigado Vagner na baliza. Os primeiros minutos foram intensos com a equipa do Restelo a entrar com tudo o que tinha, com passes em profundidade, e os canarinhos a resistirem ao primeiro embate, antes de começarem a impor o seu futebol, mais fluído, mais tranquilo, mais pragmático. Um jogo de parada e resposta, mas com um Estoril em clara ascensão. Quando parecia que a equipa de Marco Silva começava a ter o jogo sob controlo, o Belenenses chegou ao golo, num lance de bola parada. Canto de Miguel Rosa, Ricardo Ribeiro afasta, mas Bruno China de cabeça, à entrada da área, devolve a bola e Deyverson, também de cabeça, atira para as redes.

Grande festa na bancada entre os adeptos «azuis» e rápida reação do Estoril que aumentou de imediato o ritmo de jogo. Dez minutos depois, o momento do jogo. Miguel Rosa destaca-se na área e é derrubado por Ricardo Ribeiro. Grande penalidade para o Belenenses e expulsão do guarda-redes do Estoril. Ouro sobre azul para os adeptos do Restelo, mas Fernando Ferreira atirou em força e permitiu a defesa do jovem João Manuel que, com apenas 19 anos, estreou-se na Liga a defender uma grande penalidade. O Belenenses não voltou a ser o mesmo. 

Tudo a perder...

A vantagem numérica até parecia estar do lado do Estoril que até ao intervalo construiu várias oportunidades para empatar diante de um adversário que acumulava faltas e cartões amarelos na defesa do precioso resultado. Foram dez minutos de intenso sofrimento «azul» para adiar o que parecia inevitável. Foram precisos apenas mais quatro minutos da segunda parte para o Belenenses deitar tudo a perder. A vantagem no marcador e a vantagem numérica no relvado. Num remate à queima-roupa, João Afonso deixou-se levar pelo instinto e cortou com a mão. Cartão vermelho para o central e Evandro implacável desde a marca dos onze metros. Tudo nivelado. Vidigal abdicou do incansável capitão Fernando Ferreira para compor a defesa com Gonçalo Brandão e, logo a seguir, também abdicava da classe de Miguel Rosa para apostar na velocidade de Fredy.

Marco Silva também trocava as peças do seu ataque, lançando Gerso e Balboa de uma assentada para assumir definitivamente o controlo do jogo. O Belenenses atacava agora apenas a espaços e o Estoril dominava o jogo junto da área do adversário com uma série de oportunidades flagrantes até ao final do jogo. Os adeptos do Belém roíam as unhas na bancada e desesperaram quando, no último minuto, Rúben Fernandes cabeceou ao poste.

Do mal o menos, o Belém arranca um ponto na Amoreira, no terceiro empate entre os dois emblemas nesta temporada [contando com a Taça da Liga], que lhe permite seguir com um ponto de vantagem sobre o Paços e Olhanense no fundo da clasificação. Uma vantagem curta que a equipa de Vidigal terá de defender, na última ronda, em casa, diante do já tranquilo Arouca. O Estoril seguiu em festa, a comemorar a nova qualificação europeia e um recorde de pontos na Liga (51).
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