terça-feira, 6 de maio de 2014

Império da Tijuca divulga sinopse do enredo para o Carnaval de 2015

Império da Tijuca divulga sinopse do enredo para o Carnaval de 2015

Escola da Formiga levará para a Sapucaí o tema 'Império nas águas de Oxum'

O DIA

Rio - O Império da Tijuca iniciou sua maratona de trabalho para o Carnaval de 2015. A escola divulgou na noite desta segunda-feira a sinopse do enredo "Império nas águas de Oxum" e projetou um desfile de ponta para alcançar o retorno para o Grupo Especial. Comandado pelo carnavalesco Júnior Pernambucano, o texto foi desenvolvido por Marcos Roza, que auxiliará o carnavalesco da Verde e Branco.
Em 2014, a escola da Formiga acabou rebaixada para a Série A após o desfile que levou para a Sapucaí o enredo "Batuk", também de Júnior Pernambucano.
Confira, na íntegra, a sinopse do enredo do Império da Tijuca para 2015:
"Império nas águas de Oxum" é o enredo do Império da Tijuca para 2015
Foto:  Divulgação
Império nas águas de Oxum!
Brilha a nossa coroa!
Em comunhão:
"Olorum, através do Sol, aquece a água dos oceanos;
Oxumarê, com seu arco-íris, leva a água em forma de vapor para as nuvens;
Iansã as agrupa com o vento que sopra do balanço de suas saias;
Xangô lança a pedra de raio sobre a terra e
Odudúa prepara seu ventre para receber a chuva - o líquido maravilhoso da vida.
"O momento sublime acontece. A chuva cai e com ela toda força do céu. Odudúa
absorve todo líquido, em seu ventre, no interior da terra e a água acumulada se enche de
Ouvimos os murmúrios das águas... Odudúa abre seu ventre e dá vida à majestosa
Oxum, que brota do solo e desliza sobre seu leito a essência da magia e beleza.
Como imaginávamos que fosse,
Com fertilidade a terra se formou.
Vinda da sabedoria à procriação,
A poesia do tempo nos trouxe:
Oxum, a mãe da água doce.
No caminho sagrado à mitologia iorubá, na terra onde nasceram os orixás, Oxum é rainha das águas. Vive no caudaloso rio que leva o seu nome. Lá, benditas são suas águas, suaves ou corredeiras, dos rios e das cachoeiras ao sentimento incomum de purificação, que banham a cidade de Oxogbô - território que compreende o sudoeste nigeriano e um pequeno trecho do leste do Benin - hoje, um dos principais locais de culto a Oxum, na África.
Que sua essência resplandece.
Assim, como diz a lenda do rei Larô sobre a criação do Templo de Oxogbô:
Fez, das margens do rio, a sua morada,
Pelas águas de Oxum, sua filha foi levada...
Não sei se por encanto ou magia,
E reaparece, na beira do rio, toda enfeitada.
Larô agradece no ato.
Entre cânticos e orações, funda seu Templo
E celebra um pacto:
Na comemoração do Reino de Oxum,
Serei eu, o rei Ataojá,
À frente do cortejo, em homenagem
A Oxum no país de Iorubá.
Sua docilidade nos transforma, vai além de suas águas puras e calmas.
Seus mitos resignificam o nosso sentimento no corpo e na alma.
É dada a Oxum a missão de salvar a aiê (terra), personificada numa ave encantada, que voa em direção ao sol para suplicar a benção de Olorum. Compadecido da "pobre ave", ele devolve a chuva à terra. Renascem do solo os alimentos, tudo ganha vida.
Percebemos o quanto é querida...
Sempre discreta, mesmo em seus aspectos mais aguerridos,
Seu comportamento doce e sedutor predomina.
Assim, Oxum conquista poder e sabedoria.
Aprende no reino de Exu os segredos da magia.
Sábia, Oxum o desafia:
Não é a você que pertence o poder da adivinhação?
Então, descubra o que trago em minha mão.
Exu, sem perceber, entra numa embaraçosa situação.
Dengosa e de mansinho,
Sem demonstrar sua ambição,
Oxum descobre os mistérios dos búzios
E toda a sua tradição.
Outro destino lhe é dado.
Os amores de Oxum vão dando conta do recado.
Tudo lhe parecia fácil...
Até quando, de repente, seu coração é fisgado.
E disputa com Obá,
O amor de Xangô,
Por ela tão desejado.
Ogum, Oxossi e Orunmilá
Apaixonaram-se pelos encantos dessa doce iabá.
Ao ponto em que os maus tratos de Xangô
Levaram até Exu a lhe cortejar.
Conta-nos a lenda que da torre do castelo de Oió,
Transformou-se numa "pomba dourada"
E de lá voou para com Exu se casar.
Mas, diante dos dados reais da vida, Oxum é rainha de fé. Recebe atributos e poderes no rito do candomblé. Sua origem é iorubá e sua nação Ijexá: é deusa-mulher que renasce do ventre de Iemanjá, é deusa-menina filha preferida de Oxalá. Exaltando vaidade e beleza, Oxum é pássaro, é peixe, é a força da natureza e o poder
feminino na sua mais profunda realeza.
Ela, quando manifestada, apresenta-se vistosa, perfumada, enfeitada, admirando-se em seu abebê (leque-espelho). Seu gesto, sua dança, assim como a inocência de uma criança, reforçam nosso elo... Ora ieiê ô! Saudamo-la banhando-se, num ato singelo, vestida de branco e amarelo.
É num sábado de lua crescente o melhor dia para lhe oferecer presentes. No balaio de Oxum vão pulseiras, perfumes, espelhos e até pentes... Mas não nos esqueçamos de bebidas, mel, flores, doces, frutas e do omolocum - um tipo de iguaria, também do agrado de Oxum
Associada a elementos de aspectos maternos e angelicais, "Oxum é a divindade mãe de muitos filhos e ligada miticamente à cabeça, símbolo do útero e do poder feminino de gestação. Rege o ventre, o parto e cuida das crianças recém-nascidas nos primeiros passos de sua evolução.
No culto de origem africana, Oxum é mãe de Logunedé - rei das matas e das águas doces. No âmbito dos terreiros, seus filhos e filhas alcançam destaques em vários "cargos" (funções rituais). São Odu Oxê, ialorixás, ogãs, iabassê, iátebexê...São muitas as ialorixás de Oxum e numerosas as que se destacaram no panorama das
religiões afro-brasileiras.
Suas ialorixás
São sua memória,
Preservam seu fundamento e sua história.
Mãe Menininha do Gantois,
É uma que, no culto aos orixás,
Seguiu sua trajetória.
Aqui, o sincretismo religioso enreda-se pela maternidade e mistérios como seu tema.
Oxum fertiliza-o e apresenta-nos como um poema:
Sou Oxum!
Mãe, deusa da boa hora.
Façam de um samba,
A minha oração.
Como a doçura de uma aurora
Dou-lhes minha benção:
Sou Oxum! Vossa Padroeira,
Sou Oxum! Nossa Senhora da Conceição

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