domingo, 13 de setembro de 2015

Liga do Catar começa neste fim de semana já pensando em 2022

Sede da Copa de 22 quer aumentar o interesse da população pelo futebol e conta com o talento de Xavi na Liga das Estrelas

RODRIGO STAFFORD
Rio - Mesmo com muitas reclamações, o Catar foi escolhido como sede da Copa do Mundo  de 2022. Construir estádios, metrôs e viadutos parece ser fácil para os governantes, que prometem um Mundial de tirar o fôlego. Mas, a curto prazo, eles têm uma missão hercúlea: fazer com que os cataris se interessem pelo campeonato local. A chamada Liga das Estrelas do Catar está começando neste fim de semana e a grande atração é o meio-campo Xavi, campeão de tudo pelo Barcelona, que atua no Al Sadd.
“As obras não só nos estádios, mas também metrôs, estradas e já começaram há seis meses. Totalmente diferente do Brasil. Você vem num lugar e as coisas são corretas. Não tem jeitinho”, disse o atacante Muriqui, do Al Sadd.
Xavi atuará pelo Al-Saad e será o principal nome da Liga das Estrelas do Catar
Foto: Divulgação
Embora o futebol seja o esporte número um do país, o interesse é maior por times estrangeiros, como o Paris Saint-Germain, de propriedade do catari Nasser Al-Khelaïfi, e que tem os galácticos Ibrahimovic, David Luiz e Cavani. Mas as coisas melhoram aos poucos. Na temporada passada, o jogo entre Al Ahli e Al Sailiya bateu o recorde de público na história da liga, com 10.142 torcedores.
“O Catar é uma liga diferente. Os sheiks têm muita força. É muito rico e tentam trazer para cá os que eles chamam de jogadores profissionais. Mas o povo não tem aquela paixão pelo futebol. Já jogou Juninho, Raul, agora tem o Xavi, mas os estádios seguem vazios. Eles investem muito, o projeto é fazer o futebol acontecer até a Copa”, disse o meia Junior Dutra, que atua no Al Arabi.
Júnior Dutra vai atuar nesta temporada ao lado de Paulinho, outro brasileiro do Al Arabi
Foto: Divulgação
“No estádio, muitas vezes vemos somente 20, 50 torcedores nas arquibancadas. Eles geralmente estão com a roupa típica. Doha é uma cidade bem moderna, mas os homens vestem branco e as mulheres, burca preta”, acrescenta Junior Dutra.
O problema da liga está longe de ser balançar as redes. Na temporada passada, a média foi de 3,37 gols por jogo. Muitos brasileiros estão na liga, que teve o Lekhwiya como último campeão. No entanto, o time perdeu o técnico Michael Laudrup, que não renovou.
“O Lekhwiya é o atual campeão. O Al Sadd, com Muriqui e Xavi, vem forte. O Al Jaish, de Romarinho e Anderson Martins, também é bom. O meu Al Arabi vai brigar ainda mais depois que trouxe o Zola para o comando. O Al Gharafa tem tradição”, projeta Dutra, enumerando os favoritos.
Apesar do alto investimento dentro de campo, fora das quatro linhas o público não corresponde
Foto: Arte O Dia

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