Preso último suspeito acusado da morte de torcedor vascaíno
POR FERNANDA ALVES
Rio - A polícia prendeu na manhã de ontem um homem acusado de assassinar Diego Martins Leal, 30 anos, torcedor do Vasco morto a tiros e facadas em Tomás Coelho, em agosto. Thiago Bruno Mendonça, 26, diretor da Torcida Jovem do Flamengo e chamado pelos amigos de Thiago Macaco, estava andando no bairro da Taquara quando foi abordado por policiais. Também conhecido pelo apelido de Thiago Milícia e suspeito de integrar a milícia de Jacarepaguá, o suspeito foi levado para a Divisão de Homicídios (DH).

Thiago Macaco foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios, que investiga o caso | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Thiago foi abordado por PMs próximo à comunidade São José, na Taquara. Segundo o delegado adjunto da DH, Pablo Rodrigues, Thiago estava sem documentos e, quando os policiais perguntaram se ele estava com alguma pendência com a Justiça, assumiu que respondia a um inquérito. Ele foi levado para a 28ª DP (Campinho) e lá chamaram a DH.
Em novembro, a Polícia Civil deflagrou a operação ‘Fair Play’ para cumprir 10 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão contra integrantes da Torcida Jovem do Flamengo envolvidos no homicídio do vascaíno Diego. Oito suspeitos foram presos, menos Thiago e Diego da Silva Antunes, que, na época, não foram encontrados. O grupo era formado por lutadores, e os membros da torcida organizada utilizam táticas militares para cometer crimes nos deslocamentos até os estádios.
PMs se recusam a dar informações
Na 28ª DP (Campinho), os policiais do 9°BPM (Rocha Miranda) se negaram a dar informações sobre como Thiago foi localizado. Os policiais inicialmente informaram que ele não ficaria preso porque não havia mandado de prisão. Os PMs também não foram até a Divisão de Homicídios informar como aconteceu a prisão, o que é o procedimento padrão.
CRIME ANTES DO JOGO
Diego Martins Leal foi morto após uma confusão com torcedores do Flamengo na Rua Silva Vale, em Tomás Coelho. A briga aconteceu antes de uma partida entre os dois clubes. O torcedor estava vestido com a camisa cruz-maltina e encontrou com um ônibus de torcedores de uma torcida organizada rubro-negra. O Ministério Público investiga se o assassinato do torcedor do Vasco foi uma vingança pela morte de um torcedor do Flamengo, Bruno de Santana Saturnino, em maio.
Torcida usa táticas de guerrilha
Antes da prisão de Thiago Macaco, outros integrantes da Torcida Jovem do Flamengo foram capturados no dia 22 de novembro, na Operação Fair Play (Jogo Limpo, uma das bandeiras da Fifa). Os membros da organizada utilizam táticas militares para cometer crimes nos deslocamentos até os estádios.
A afirmação foi feita pelo delegado Rivaldo Barbosa, titular da DH, que conduz as investigações sobre a morte de Diego Leal. Outras uniformizadas de clubes do Rio estão na mira da Polícia Civil e do Ministério Público.

Suspeitos de matar torcedor foram presos em operação da Polícia Civi, no dia 22 de novembro | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
“Fica clara a utilização de ensinamentos militares, como batedores, escoltas armadas e motocicletas. Toda uma estrutura utilizada para a prática de crimes, seja homicídio ou lesão corporal. Trata-se de organização criminosa. Quem está ligado à milícia, tráfico de drogas e armas não é torcida”, frisou Rivaldo.
As investigações começaram após a morte do vascaíno Diego Leal, agredido e esfaqueado em Tomás Coelho, na Zona Norte. Policiais estiveram na sede da Jovem Fla, no Centro, que foi interditada. No local foram apreendidos computadores, documentos e um cofre.
Já na casa do presidente da torcida, Carlos Renato da Silva Santos, o Macedo, em Cascadura, que está entre os presos, os agentes encontraram pistola calibre 380, municiada e com a numeração raspada.
Já na casa do presidente da torcida, Carlos Renato da Silva Santos, o Macedo, em Cascadura, que está entre os presos, os agentes encontraram pistola calibre 380, municiada e com a numeração raspada.
A arma que pode ter sido utilizada na morte de Diego foi encontrada na casa de Fernando Porto Oliveira, em Volta Redonda, Sul Fluminense.
“A gente investiga o homicídio, mas, no decorrer do processo, outros crimes podem aparecer, como tráfico de armas, tráfico de drogas e uso de dinheiro falso”, concluiu Rivaldo.
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