Aristóteles Drummond: Ano Novo na real
Rio - Entramos em 2013 sem que a maioria da população tenha consciência da realidade de nossa economia e do que pode nos esperar nos próximos 12 meses. Em primeiro lugar, os brasileiros precisam saber e pensar no que representa, nos últimos anos, estarmos entre os três países que menos crescem na América Latina. Este ano só perdemos para Haiti e Paraguai. Ao contrário da Colômbia, Chile e México, que estão melhorando a vida do povo, com sustentabilidade.
Nas estatísticas, aparecemos muito mal na educação, na saúde, no saneamento básico e na produtividade. Apenas na agricultura vamos bem, mesmo com a falta de estradas e portos que ajudem a baixar os custos. E apesar da impunidade aos movimentos invasores que inquietam o campo brasileiro, ao lado das reivindicações indígenas e de ‘quilombolas’. Muito fácil quem está à beira-mar achar justo que se retire a terra de quem planta há décadas e produz. O governo, que se omite, deveria providenciar terras e projetos para atender a estes reclamos e garantir o direito ao trabalho e paz para quem já está em atividade.
Hoje existe um certo consenso de que o Brasil saiu de moda, precisa disputar tostão a tostão do investidor internacional; de que deve ter leis mais claras, mais simples e com maiores garantias de respeito. As reformas na legislação fiscal, trabalhista e ambiental são fundamentais para que se tenha investimento. Nem os brasileiros andam investindo, em meio a tantas incertezas. E as obras são necessárias, é claro.
Não podemos vir a ter um ano promissor cercados de tantas e graves denúncias de corrupção. Muito menos com uma política econômica movida a impulsos pontuais e sem um norte definido. Usar recursos públicos, via bancos, é um erro. Vendo tudo isso, talvez o que falte ao Brasil seja mesmo juízo...
Jornalista
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