Rio -  Toda mudança requer coragem e gera insegurança. Muitas vezes, mesmo certos de que será positiva a decisão de mudar, precisamos de incentivos que nos auxiliem a entrar no ritmo do desconhecido. Se assim acontece com adultos, imaginemos com crianças e jovens...
Uma mudança de escola influencia diretamente em suas vidas, já que altera as rotinas e pode ser catastrófica se não houver o período de adaptação e o acolhimento necessário. Há inúmeros relatos de alunos que perderam o ano por não se adaptar à mudança, necessitando de tratamento psíquico e psicológico prolongado.
Infelizmente, tanto os educadores quanto os pais, geralmente desinformados, não se atentam da gravidade da situação e esquecem-se de ‘dar voz’ aos alunos, permitindo que expressem seus sentimentos e opiniões.
Ao optar pela mudança, é crucial que as famílias escolham instituição que combine com o perfil do aluno e com as crenças e valores em que acreditam. É preciso sondar as diversas filosofias de ensino existentes.
Em contrapartida, a escola precisa estar ciente da responsabilidade em receber novos alunos e durante os primeiros dias propiciar para que se sintam acolhidos. Há relatos de crianças e jovens que chegam no primeiro dia de aula à escola nova e nem sabem para onde seguir, não conhecem a sala de aula e não há ninguém para recepcioná-los. Isso frustra e gera insegurança.
Para uma escolha segura na nova instituição, os pais não devem medir esforços em realizar visitas, conversar com os profissionais e com outras famílias que já matricularam seus filhos. A escola precisa estar aberta e receptiva ao diálogo, respondendo todas as dúvidas e deixando bem claro quais são suas regras e a sua filosofia e método de ensino.
Quando é inevitável mudar, devemos fazê-lo com consciência, clareza e tranquilidade, analisando os prós e contras, assumindo os riscos das consequências sem medo de ser feliz.
Paty Fonte é pedagoga de projetos e autora do livro ‘Projetos Pedagógicos